Enquanto temos os nossos ministros preocupados na entrega dos computadores às crianças do 1º ciclo, numa autêntica campanha eleitoralista, o problema fulcral do país está-se a degradar-se para níveis de profunda ruptura financeira. Esta semana assistimos às taxas Euribor a bater novos recordes com o principal indexante no crédito à habitação dos portugueses, a subir para os 5,296%, nível recorde. Nos prazos mais curtos a subida foi mais acentuada, demonstrando a instabilidade que se vive no mercado de crédito. A Euribor a 3 meses trepou para 5,119%, aproximando-se cada vez do máximo histórico de Novembro de 2000 fixado nos 5,14%. A forte subida das taxas de juro mostram claramente a instabilidade que se vive no mercado interbancário com os bancos cada vez mais reticentes a emprestarem dinheiro entre si. Perante este cenário de extrema preocupação, os Portugueses que já vivem acima das suas possibilidades vão entrar em ruptura financeira, estas subidas vão pura e simplesmente asfixiar aqueles que já se encontravam em profunda agonia económica. É necessário lembrar que ainda á pouco tempo o Banco de Portugal revelou que o nível de endividamento atingiu valores históricos, querendo isto dizer, que Portugueses estão a passar pelo período mais difícil que á história, graças também a uma politica fiscal de asfixiamento. Alerto para terem cuidado nos pedidos de empréstimo feitos nestas alturas, as taxas a ser pagas estão a níveis altos e entrar neste momento em dividas pode não ser o momento mais adequado, aliás é um mau momento. Se não estão contentes com o vosso empréstimo, prosperem no mercado, pois eles fazem de tudo para angariar novos contratos. Caros amigos, eu sei que nunca vos trago boas noticias relativamente à actualidade económica, mas os dados macro-económicos recentemente reportados, mostram claramente que tamos a ser atirados para uma profunda recessão económica na Europa. Não olhem para América como o principal culpado, quando levantarem o pano aqui em Portugal é que as coisas vão escaldar........e nós aqui não vamos ter o FED para nos meter a mão, vai tudo ao charco. Não gosto de passar a bonança quando os tempos vão ser de peste, aliás os primeiros sinais já estão aí, agora alguns tentam esconder como mais lhes convém, outros mais espertos preparam-se e retraem-se economicamente. Poupar agora é que está o ganho.
António Costa