Joaquim Jorge
Sócrates , ao longo do seu mandato de maioria absoluta de quatro anos , tem tido alguns dissabores : licenciatura ; projectos na Covilhã ; agora o fumo no avião. Claro que estes episódios não põe em causa a missão para que foi imbuído pelos portugueses e a sua acção. Porém vem ao de cima algo que eu falo há muito tempo. A cultura de exemplo e rigor . Os políticos devem governar pelos olhos e não pelos ouvidos . Em Portugal a naturalização da excepção para políticos está institucionalizada . Políticos com cargos públicos não cumprindo a lei e as regras de conduta e comportamento : altas velocidades na auto-estrada ; entrega da declaração de rendimentos ; fumar em casinos ou aviões ; etc.
A relevância destes actos põe em causa o carácter e a massa de que são feitos alguns dos nossos políticos. Julgam-se individualidades tão altas que lhes passa tudo por baixo. Porém ainda há jornalistas com J grande ( Luciano Alvarez e Romana Borja-Santos ) que não se atemorizam e noticiam este facto ( mesmo estando na comitiva em Caracas ) , por alguém que é intransigente , implacável , autoritário e apregoa a sete ventos a moralidade.
Os políticos imaginam que têm o direito de se permitir certos caprichos e de fazer tudo o que querem , sem que ninguém tenha nada a dizer . Mesmo que comentam actos repreensíveis , acham que não é grave , tendo em conta a dedicação com que cumprem a sua tarefa.
A política torna-se suja quando os políticos não se conduzem com moralidade.