25/05/2008

DEBATE na A.R. ( Assembleia da República )


JOAQUIM JORGE



Assisti ao debate na televisão esta quarta-feira que passou. Achei o primeiro-ministro cansado e irritadiço, também não é para menos, a situação económica e a crise alastra a passos largos e este acontecimento saiu dos prognósticos idealizados por José Sócrates e o seu governo, mas é a vida. Outros primeiros – ministros já passaram por isto, por exemplo, Mário Soares.Vou dar uns conselhos à entourage que delinea e idealiza a estratégia do primeiro-ministro. A piada jocosa sobre o deixar de fumar foi um prenúncio que não se dá bem com o dissenso e algo que não controla. Isso já sabíamos à long time ago. Não hostilize os jornalistas, pois a maioria está a fazer o seu trabalho, que pode ou não ser do seu agrado, mas isso é outra questão que pouco importa aos portugueses. Esta semana foi condenado a pagar 10000 euros por ofender o bom-nome de um jornalista do Público.Neste debate o ministro Pereira da Silva não funcionou como "ponto", a área de economia não domina tão bem. Não posso deixar de realçar positiva entre as seis medidas apresentadas o aumento do abono de família em 25% e o congelamento dos passes sociais. Mas em vez de estar sempre a criticar a oposição tome alguma decisão em relação aos aumentos desenfreados dos combustíveis. A oposição existe para dizer o que está mal e apresentar sugestões que, neste caso, não foram tidas em conta. O defeito de uma ampla maioria.
Desde que António José Seguro, seu potencial sucessor no partido fez aprovar as novas regras de funcionamento dos debates na AR, Sócrates tem-se visto às aranhas não só por essa fórmula não dar vantagem ao executivo e o expor mais ao contraditório e não controlar o desenrolar do próprio debate em si. Quem diria! É vítima de um seu correlegionário que não morre de amores por ele.
Esta interpelação colocou Sócrates à mercê dos seus adversários e mostrou uma grande fragilidade quiçá em várias matérias o que não é habitual. Porque é que o primeiro-ministro não se resguardou e mandou o ministro das Finanças e da Segurança Social defender os pontos de vista do governo? Ele não pode ocorrer a todo o lado e controlar tudo. O debate correu-lhe muito mal, o fogo cruzado foi enorme e a sua exposição mostrou muitas debilidades.Não se pode andar continuamente a falar do passado, passados três anos e meses de governo. Esta mentalidade portuguesa, de quem vem a seguir é sempre melhor, culpar quem nos procedeu já foi chão que deu uvas, como diz o povo e bem.Durão Barroso, disse n vezes que António Guterres (que fugiu) colocou o país de tanga e o colocou num pântano. A seguir José Sócrates diz n vezes que Durão Barroso (que fugiu) e Santana Lopes que ficou com a criança nos braços foram os responsáveis pelo défice.Está na hora de assumirem as suas responsabilidades sem demagogia. E o que virá a seguir. O custo de vida não está para brincadeiras.


clubedospensadores.blogspot.com

A pobreza é algo preocupante na actual conjuntura nacional, seria importante e todos unirmos esforços para procurar atenuar esta calamidade social. É nestas ocasiões que os cidadãos se interrogam se o regime democrático é o melhor e capaz. Porém a democracia é o regime possível e não tem solução para todos os males.



Biólogo



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