Numa sociedade cada vez mais global, o trabalho assume um papel central, com repercussões quer na economia, quer a nível social, cultural e, acima de tudo, político. Foi a partir desta premissa que Carvalho da Silva versou no debate promovido pelo Clube dos Pensadores sobre o tema "Trabalho e Sindicalismo em tempo de Globalização". O secretário-geral da CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses) teve a seu lado Joaquim Jorge, biólogo e fundador do Clube, João Luís Sousa (jornalista e director - adjunto do semanário Vida Económica) e José Carvalho (engenheiro e membro do clube).
Para Carvalho da Silva, num "sistema neoliberal, de paradigmas económicos", as reformas urgentes que são necessárias obrigam "a sociedade actual a roturas significativas". Ao abordar os problemas dos trabalhadores, o líder sindical descreveu o que mais o preocupa: a precariedade do trabalho, a desatenção ao sector produtivo e os problemas da administração pública.
Ainda segundo o secretário-geral da CGTP, "os sindicatos não conseguem dar resposta a vários desafios lançados. A precariedade do trabalho conduz a uma vida precária, por isso a sociedade tem que ser alertada para estas situações, tem que haver consciência social". A "diabolização dos sindicatos e dos trabalhadores", também contribuiu para o atrofiamento da actividade sindical na sociedade. Como uma das soluções, Carvalho da Silva propõe que se altere as leis laborais, com especial enfoque para a "contratação colectiva e para a mobilidade e flexibilidade".
Ainda segundo o secretário-geral da CGTP, "os sindicatos não conseguem dar resposta a vários desafios lançados. A precariedade do trabalho conduz a uma vida precária, por isso a sociedade tem que ser alertada para estas situações, tem que haver consciência social". A "diabolização dos sindicatos e dos trabalhadores", também contribuiu para o atrofiamento da actividade sindical na sociedade. Como uma das soluções, Carvalho da Silva propõe que se altere as leis laborais, com especial enfoque para a "contratação colectiva e para a mobilidade e flexibilidade".
João Luís Sousa alertou para os perigos das economias do Oriente, em especial da China, que estão em crescimento e que minimizam o sector produtivo europeu. Um dos maiores desafios para a Europa provém da criação de riqueza na China", que assenta num "sistema comunista, mas com relações de trabalho perto do capitalismo e exploração da mão-de-obra barata". Para o jornalista, os "sindicatos têm que contribuir para a mudança, mas com menos rigidez".
Já Joaquim Jorge considera que "Portugal assenta o seu desenvolvimento no definhamento de quem trabalha e no enriquecimento dos grupos dominantes". O biólogo e fundador do Clube dos Pensadores alertou para "o preconceito contra os funcionários públicos, sendo o braço visível das políticas públicas, onde se repercute o peso e lentidão da burocracia" e a “ mobilidade especial com a criação de quadros excedentários cria muita ansiedade e tensões”. Acrescentou que “a proclamação do direito de fazer sem a contrapartida dos direitos a que se têm direito” , com “o consequente esvaziamento das suas funções profissionais e diminuição dos seus vencimentos”.
José Carvalho, assentou a sua intervenção em diversas perguntas, onde se destacam a baixa sindicalização dos trabalhadores, a precariedade no trabalho e "a necessidade em se melhorar a educação e a formação".
O debate que se seguiu foi mais uma vez animado com uma elevada participação da plateia que encheu , a sala do Hotel Holiday Inn, em Gaia, apesar do mau tempo.
Rui Santos
O debate que se seguiu foi mais uma vez animado com uma elevada participação da plateia que encheu , a sala do Hotel Holiday Inn, em Gaia, apesar do mau tempo.
Rui Santos