25/02/2008

Um profundo descontentamento



Realizou-se ontem uma concentração de professores, no Porto, Caldas da Rainha e Leiria. A dita concentração foi combinada por sms e e-mail e juntou cerca de dois mil docentes portugueses, que quiseram mostrar o seu desagrado face às políticas educativas do presente (des)governo.
Sou aluno, mas vontade de lá estar não me faltou. O que têm feito aos professores deste país é vergonhoso. Bem sei que as minhas palavras já saem mudas, pois os professores tão fartos de o gritar e cada vez são mais abafados, cada vez mais asfixiados. Será que a sociedade portuguesa ainda não se apercebeu da seriedade desta questão? Bem, o meu ponto de vista, não é com certeza o melhor; mas diariamente convivo com professores, que escolheram livremente a sua profissão, gostam de ensinar, dedicaram a sua vida toda à preparação das futuras gerações deste país e, depois de todo esse esforço, de toda a dedicação, são literalmente lançados em praça pública para serem chacinados pelas feras.
Como se pode tratar assim um grupo de tão grande importância para um país? Não consigo compreender. Bem sei que há reformas que necessitam de ser feitas. No entanto, mais uma vez, como já nos vão habituando os dirigentes portugueses, faz-se tudo sem consciência, lançam-se ao ar meia dúzia de tretas, só para aparecerem bem nas fotografias, e, se formos a analisar cuidadosamente tais medidas...bem, lançam na lama o profissionalismo dos professores e estão esvaziadas de conteúdo eficaz e decente.
Um tema como o da Educação não se esgota. Fico arrepiado com o que se passa neste momento. Que futuro? Que motivação? Força na vossa luta, caros professores. Nem tudo está perdido. Acredito que o poder vai ter de começar a recuar; outro cair.


Vasco Silva
estudante