Na educação deve ser consequente , pelas situações de conflitualidade
JOAQUIM JORGE
O primeiro ano de mandato de Cavaco pautou-se por uma atitude soft. Porém, este segundo ano de mandato, mais interventive. Vetou várias diplomas, interveio na localização do novo aeroporto para Lisboa, na educação apelou ao diálogo do Governo com os professores insistindo que se deve prestigiar a sua figura, na saúde alertou para a necessidade de as políticas serem explicadas aos cidadãos e influenciou a não ratificação do Tratado Europeu por via referendária
O Governo tem acolhido quase sempre os seus reparos, a táctica é não abrir uma frente de conflito com o presidente, já tem tantos conflitos poderia dar a ideia de isolamento, daí o seu poder acrescido, pedindo mais diálogo, menos exclusão, que se evite a crispação existente na sociedade portuguesa, admitindo que os cidadãos não entendem as reformas da saúde, questionou os salários elevados de altos gestores públicos e pediu cuidado e critérios exigentes na utilização das verbas da E.U., que estão aí a chegar no novo QREN. Exigiu que haja mais emprego e melhores condições de vida.
Tem sido o contraponto ao Governo sem entrar em choque. Cavaco comedido tem muitas dúvidas. Traçou o retrato de um país em crise e foi o eco do que o preocupa , defendendo os mais fracos económica e socialmente, adoptando, as críticas que se ouvem na “rua” insistentemente. O texto de Garcia Leandro e o relatório da Sedes assim o indiciam. Na educação deve ser consequente : situações de conflitualidade permanente potenciadoras de incerteza jurídica ; protestos ; manifestações genuínas . Deve exigir mudança política ou da Ministra.