Comentadores políticos
JOAQUIM JORGE
Ser comentador neste país é só para alguns . Por convite expresso , pertencendo ao inner circle lisboeta e por critérios muito duvidosos em que impera o amiguismo.
Neste país , em que se vive da fama e da notoriedade não interessando o que lhe está subjacente , não posso deixar de salientar que os nossos comentadores políticos têm a sua expressão máxima em Marcelo Rebelo de Sousa e Miguel Sousa Tavares, que aparecem em horário nobre na televisão. António Vitorino também mas não tão visível.
Marcelo que vem da TSF e depois na TVI , actualmente tem um programa na RTP1 « As escolhas de Marcelo » , num programa de formato , penso eu, muito estático e monocórdico . Acho que este professor de Direito muito inteligente e culto , mas como qualquer pessoa, por muito boa que seja , é humanamente impossível falar de tudo e mais alguma coisa. Fala de desporto , futebol , jogos olímpicos , política , economia , etc.
As tiradas dele neste domingo passado , relativamente a Manuela Ferreira Leite , o PSD , as eleições internas e o novo líder Luís Filipe Menezes passou o limite do admissível . Utiliza este tempo de antena , pago por todos nós , para se auto-promover e traçar cenários favoráveis à sua pessoa quer dentro do partido quer fora.
O seu ego é assassino da razão . Os disparates a despropósito são imensos. Tanto estica a corda da sua pose que chegará um dia que mata a galinha dos ovos de ouro.
A democracia não garante governos justos mas também não garante comentadores justos.
Está na moda limitar os mandatos dos políticos , dos presidentes dos sindicatos , dos presidentes das associações de pais , etc. E porque não os dos comentadores políticos? São sempre os mesmos deambulando pela rádio, televisão e jornais.
No lugar que estão deveriam ter mais cuidado com o que dizem e pretendem influenciar. Podem dizer-me são eles os escolhidos pelas direcções de informação e que arrastam audiências. Tudo bem mas eu não tenho tanta certeza desse facto. Penso assim , e muitas pessoas com quem falo também pensam como eu. Estão cansadas , pura e simplesmente , não os vêem na televisão , não os ouvem na rádio e não os lêem nos jornais. Está na hora de aparecerem outros comentadores.
Estou cansado e farto da ditadura da notoriedade , só porque se aparece na TV é-se importante e capaz.É sempre o mesmo «clã» de comentadores ; além dos que citei , um deles é Pacheco Pereira.
Não pondo em causa o seu valor intelectual e cultural, mas está na hora de dar oportunidade a outros com formas diferentes de pensar e escrever.
Deveria haver um programa de televisão para comentar… os comentadores políticos. Fica a ideia e até sugiro um nome para o programa: “Comentar o Comentário”. O compte rendu é para todos.
JOAQUIM JORGE
Ser comentador neste país é só para alguns . Por convite expresso , pertencendo ao inner circle lisboeta e por critérios muito duvidosos em que impera o amiguismo.
Neste país , em que se vive da fama e da notoriedade não interessando o que lhe está subjacente , não posso deixar de salientar que os nossos comentadores políticos têm a sua expressão máxima em Marcelo Rebelo de Sousa e Miguel Sousa Tavares, que aparecem em horário nobre na televisão. António Vitorino também mas não tão visível.
Marcelo que vem da TSF e depois na TVI , actualmente tem um programa na RTP1 « As escolhas de Marcelo » , num programa de formato , penso eu, muito estático e monocórdico . Acho que este professor de Direito muito inteligente e culto , mas como qualquer pessoa, por muito boa que seja , é humanamente impossível falar de tudo e mais alguma coisa. Fala de desporto , futebol , jogos olímpicos , política , economia , etc.
As tiradas dele neste domingo passado , relativamente a Manuela Ferreira Leite , o PSD , as eleições internas e o novo líder Luís Filipe Menezes passou o limite do admissível . Utiliza este tempo de antena , pago por todos nós , para se auto-promover e traçar cenários favoráveis à sua pessoa quer dentro do partido quer fora.
O seu ego é assassino da razão . Os disparates a despropósito são imensos. Tanto estica a corda da sua pose que chegará um dia que mata a galinha dos ovos de ouro.
A democracia não garante governos justos mas também não garante comentadores justos.
Está na moda limitar os mandatos dos políticos , dos presidentes dos sindicatos , dos presidentes das associações de pais , etc. E porque não os dos comentadores políticos? São sempre os mesmos deambulando pela rádio, televisão e jornais.
No lugar que estão deveriam ter mais cuidado com o que dizem e pretendem influenciar. Podem dizer-me são eles os escolhidos pelas direcções de informação e que arrastam audiências. Tudo bem mas eu não tenho tanta certeza desse facto. Penso assim , e muitas pessoas com quem falo também pensam como eu. Estão cansadas , pura e simplesmente , não os vêem na televisão , não os ouvem na rádio e não os lêem nos jornais. Está na hora de aparecerem outros comentadores.
Estou cansado e farto da ditadura da notoriedade , só porque se aparece na TV é-se importante e capaz.É sempre o mesmo «clã» de comentadores ; além dos que citei , um deles é Pacheco Pereira.
Não pondo em causa o seu valor intelectual e cultural, mas está na hora de dar oportunidade a outros com formas diferentes de pensar e escrever.
Deveria haver um programa de televisão para comentar… os comentadores políticos. Fica a ideia e até sugiro um nome para o programa: “Comentar o Comentário”. O compte rendu é para todos.
Publicado no jornal SEMANÁRIO página 8 ,na minha crónica.