11/10/2007

EUGENIA


Joaquim Jorge

Professores incapacitados




Ao enxotar professores incapacitados para a função docente mas aptos para outras actividades . O Ministério da Educação mostra uma insensibilidade tal em que as pessoas são tratadas como ovelhas num rebanho , por serem tresmalhadas passam para outro curral ( mobilidade especial ).


Estes professores são aqueles que durante anos condignamente desempenharam as suas funções muitas vezes com sacrifícios pessoais dignos de enaltecimento.

Todavia uma doença impossibilita-os de "dar aulas" , isto é , estarem dentro de uma sala de aula com os alunos , contudo poderão ser úteis noutras áreas curriculares : biblioteca ; apoio a um número reduzido de alunos ; organizar visitas de estudo ; clubes de cidadania , ambiente , informática , etc ; apoio logístico aos Conselhos Executivos ; apoio pedagógico acrescido ; substituição de professores que faltam pontualmente .

Eu sei lá, há uma panóplia de situações na área educacional tão grande e rica no aspecto científico , cultural e vivência que este Governo não atende por falta de cultura . Só vê números e esquece-se que um professor - tem como tarefas dar aulas e actividades não lectivas

Mas parece que , assim
é ,para este governo e seu ministério., o professor só dá aulas.Esta semana li e ouvi vários comentários , « governo tem atitudes pidescas e intimidatórias» .

Quando dá jeito o professor dá aulas e outras actividades , sobrecarregando-os com trabalho . Quando não dá jeito , somente dá aulas. Alguém entende este tipo de argumentos meramente economicistas?

Eu diria que este governo pratica de uma forma subtil a Eugenia - os bons e saudáveis ficam ,
os fracos e doentes saem . Não será isto a aplicação light e new figure do que Hitler fez?


Os professores não vão para uma câmara de gás ou para fornos mas vão para um regime agoniante e indigno da condição humana de mobilidade especial ( balelas porque como está a economia ninguém arranja novo emprego e colocação noutra área
) e mais tarde passado um ano fica a ganhar só 66% do seu salário.

Não seria melhor reformar estes professores por incapacidade e respeitarem as suas doenças tantas vezes invisíveis de foro na saúde mental ou permitir-lhes desempenhar outras funções educativas ?



Haja respeito por gente que sempre serviu a educação . Já passaram por este Ministério depois do 25 de Abril 20 e tal ministros e perto de 100 secretários de Estado! Muitos destes professores apesar de não puderam dar aulas vão continuar a ser professores e estes governantes vão deixar de ser ministros e secretários de Estado...