Vivemos numa época em que é fácil abastardar-se a politica
Num regresso cheio de força depois das férias, o Clube dos Pensadores, realizou na passada segunda-feira, o debate que iniciou o quarto ciclo de debates do clube.
“A verdade política” foi o tema escolhido pelo biólogo e fundador do clube, Joaquim Jorge, onde Ana Gomes, eurodeputada e ex-embaixadora de Portugal na Indonésia, foi a convidada especial para versar sobre o assunto. Também Maria Manuel, advogada, e Carlos Pereira, psiquiatra , completaram o painel de convidados bem como Joaquim Jorge.
Estiveram presentes como normais cidadãos na plateia Narciso Miranda e Paulo Morais , já anteriormente convidados como figuras de destaque . Demonstra a sua humildade democrática, e que é assim que deve ser.
Ana Gomes transparente
A eurodeputada socialista não escondeu a importância que a acção do clube tem afirmando que “este tipo de iniciativas abertas ao público é muito importante e todos os políticos deviam participar e tirar as conclusões incluindo-as na sua acção politica”.
Ao mesmo tempo que criticava a falta de ética, Ana Gomes defendia ainda uma politica verdadeira para que houvesse uma maior consequente credibilização das acções políticas.
“Vivemos numa época em que é fácil abastardar-se a politica deixando de lado as ideologias, temos de seguir uma orientação colectiva onde se procure o bem comum”, salientou a eurodeputada.
Uma politica mais caracterizada, com fé no progresso são os dois factores que levam a socialista a fazer um balanço global positivo da acção partidária do PS no governo português.
“Apesar deste positivismo, são as questões da desigualdade que me preocupam, isto é, o desfasamento total entre o enriquecimento de uma minoria e o empobrecimento de uma franca maioria”, explicou Ana Gomes que ao mesmo tempo apelou para uma intervenção reguladora da igualdade, sem medo de actuar lutando também contra a crescente corrupção.
“Partidos estão esgotados”
O fundador do clube, Joaquim Jorge, numa intervenção rápida e clara, revelou o seu descontentamento com o funcionamento do Governo onde afirma que “a função da politica é promover no dia-a-dia o bem-estar das pessoas , mas não é isso que, na realidade, está a acontecer”.
Defensor de uma politica mais transparente e mais aberta, Joaquim Jorge relembrou ainda a falha dos políticos nas promessas feitas alegando que “um politico para ter êxito não possa falar verdade”. Ao deixar patente que a ocultação da verdade na política é um factor negativo, o biólogo acusou a maioria dos políticos de “viverem na nobreza sem terem a noção da realidade não entendendo, assim, as dificuldades que existem na vida do comum do cidadão” . Terminou dizendo que , “ é importante para os políticos saberem como os eleitores sentem as políticas seguidas”.
A advogada Maria Manuel, na sua intervenção, avaliou situações concretas da sociedade deixando a entender a necessidade que existe dos políticos avaliarem todas as verdades. “A verdade é tudo e não é nada, aquilo que pode ser verdade pode também ser uma mentira”, disse Maria Manuel que defende também que para uma boa intervenção politica têm de ser avaliados diversos factores externos.
Já Carlos Pereira, num discurso mais descontraído mas atento afirmou que “os partidos estão esgotados, que as politicas usadas já cansam e não convencem o publico”.
A ressalva pela liberdade de expressão não deixou de ser feita pelo psiquiatra que criticou ainda a qualidade dos políticos portugueses dizendo que “os nosso políticos têm má qualidade, vão para Lisboa e ficam deslumbrados com tanto poder”.
Casa cheia
Sala cheia é a caracterização que se pode dar ao debate decorrido no Hotel Holiday Inn, mais de 150 pessoas onde teve que se abrir outra sala em que o debate foi seguido em vídeo-conferência com um público cada vez mais crescente.
Todos os presentes não deixaram de participar no debate, como vem sendo hábito e regra no funcionamento no clube, demonstrando algum desagrado com a realidade politica portuguesa.
Questões como o funcionamento dos partidos, apatia da população frente às mentiras politicas e a má gestão politica, foram levantadas pelos diversos presentes onde o painel se manteve à altura, respondendo claramente.
O desagrado político que a plateia fez questão de mostrar não deixou que o tema, “A verdade politica”, fosse claramente discutido neste primeiro debate que abriu as portas para o quarto ciclo de muitos outros debates futuros.
Susana Ferreira
Clube dos Pensadores
Num regresso cheio de força depois das férias, o Clube dos Pensadores, realizou na passada segunda-feira, o debate que iniciou o quarto ciclo de debates do clube.
“A verdade política” foi o tema escolhido pelo biólogo e fundador do clube, Joaquim Jorge, onde Ana Gomes, eurodeputada e ex-embaixadora de Portugal na Indonésia, foi a convidada especial para versar sobre o assunto. Também Maria Manuel, advogada, e Carlos Pereira, psiquiatra , completaram o painel de convidados bem como Joaquim Jorge.
Estiveram presentes como normais cidadãos na plateia Narciso Miranda e Paulo Morais , já anteriormente convidados como figuras de destaque . Demonstra a sua humildade democrática, e que é assim que deve ser.
Ana Gomes transparente
A eurodeputada socialista não escondeu a importância que a acção do clube tem afirmando que “este tipo de iniciativas abertas ao público é muito importante e todos os políticos deviam participar e tirar as conclusões incluindo-as na sua acção politica”.
Ao mesmo tempo que criticava a falta de ética, Ana Gomes defendia ainda uma politica verdadeira para que houvesse uma maior consequente credibilização das acções políticas.
“Vivemos numa época em que é fácil abastardar-se a politica deixando de lado as ideologias, temos de seguir uma orientação colectiva onde se procure o bem comum”, salientou a eurodeputada.
Uma politica mais caracterizada, com fé no progresso são os dois factores que levam a socialista a fazer um balanço global positivo da acção partidária do PS no governo português.
“Apesar deste positivismo, são as questões da desigualdade que me preocupam, isto é, o desfasamento total entre o enriquecimento de uma minoria e o empobrecimento de uma franca maioria”, explicou Ana Gomes que ao mesmo tempo apelou para uma intervenção reguladora da igualdade, sem medo de actuar lutando também contra a crescente corrupção.
“Partidos estão esgotados”
O fundador do clube, Joaquim Jorge, numa intervenção rápida e clara, revelou o seu descontentamento com o funcionamento do Governo onde afirma que “a função da politica é promover no dia-a-dia o bem-estar das pessoas , mas não é isso que, na realidade, está a acontecer”.
Defensor de uma politica mais transparente e mais aberta, Joaquim Jorge relembrou ainda a falha dos políticos nas promessas feitas alegando que “um politico para ter êxito não possa falar verdade”. Ao deixar patente que a ocultação da verdade na política é um factor negativo, o biólogo acusou a maioria dos políticos de “viverem na nobreza sem terem a noção da realidade não entendendo, assim, as dificuldades que existem na vida do comum do cidadão” . Terminou dizendo que , “ é importante para os políticos saberem como os eleitores sentem as políticas seguidas”.
A advogada Maria Manuel, na sua intervenção, avaliou situações concretas da sociedade deixando a entender a necessidade que existe dos políticos avaliarem todas as verdades. “A verdade é tudo e não é nada, aquilo que pode ser verdade pode também ser uma mentira”, disse Maria Manuel que defende também que para uma boa intervenção politica têm de ser avaliados diversos factores externos.
Já Carlos Pereira, num discurso mais descontraído mas atento afirmou que “os partidos estão esgotados, que as politicas usadas já cansam e não convencem o publico”.
A ressalva pela liberdade de expressão não deixou de ser feita pelo psiquiatra que criticou ainda a qualidade dos políticos portugueses dizendo que “os nosso políticos têm má qualidade, vão para Lisboa e ficam deslumbrados com tanto poder”.
Casa cheia
Sala cheia é a caracterização que se pode dar ao debate decorrido no Hotel Holiday Inn, mais de 150 pessoas onde teve que se abrir outra sala em que o debate foi seguido em vídeo-conferência com um público cada vez mais crescente.
Todos os presentes não deixaram de participar no debate, como vem sendo hábito e regra no funcionamento no clube, demonstrando algum desagrado com a realidade politica portuguesa.
Questões como o funcionamento dos partidos, apatia da população frente às mentiras politicas e a má gestão politica, foram levantadas pelos diversos presentes onde o painel se manteve à altura, respondendo claramente.
O desagrado político que a plateia fez questão de mostrar não deixou que o tema, “A verdade politica”, fosse claramente discutido neste primeiro debate que abriu as portas para o quarto ciclo de muitos outros debates futuros.
Susana Ferreira
Clube dos Pensadores
