Joaquim Jorge
Hoje comemora-se o 25 de Abril,para mim tem um significado especial. Tinha eu, 17 anos, acabado de entrar na Faculdade, depois de fazer um ano cívico, como todos os da minha geração. Aliás fui o lanterna vermelha das alíneas ( F, etc) com que eram catalogadas as áreas no secundário.
Em minha casa nunca houve uma tradição de se discutir política, mas eu sempre gostei , além de ler o jornal todos os dias. O ambiente na Faculdade foi muito confuso e periclitante nas mudanças feitas com um radicalismo insofismável. Não me dei bem com isso, mas lá resisti e formei-me em Biologia, numa Universidade Pública e do Porto.
É evidente, que todas as peripécias que se passaram a seguir não são de modo a ter boas recordações, o país evolui e melhorou em muitos aspectos,mas continua muito atrasado, mental e estruturalmente em relação aos países ditos mais desenvolvidos. Nem tudo foi mau, só pela liberdade de poder opinar e criticar sem ser admoestado, é bom , apesar de existirem uns certos tiques de controle.
O que me irrita apesar de eu explicar à malta jovem a história de Abril, com a conquista da liberdade. Eles não ligam nada e gostam porque é feriado... Culpados dos jovens não ligarem à política é a classe, que está instalada no poder pós- Abril com os seus exemplos, a chamada classe do "mando".
