Meu caro Joaquim Jorge:
Estive no primeiro encontro do Clube dos Pensadores e era meu firme propósito estar convosco aí, esta noite. Infelizmente, isso não me foi de todo possível. Mas apesar de estar fisicamente ausente, declaro-me afectivamente solidário e em total sintonia com o gesto quixotesco do Joaquim Jorge, que é reunir pessoas com pensamentos e ideias diferentes mas sentindo o prazer de partilhar e debater essas diferenças de forma afável, civilizada e democrática, fora dos espartilhos corporativos e partidários.
Com efeito, um dos dramas portugueses é o de mantermos guetos crispados e tantas vezes artificiais - entre partidos, tribos, clubes, confrarias e clãs -, quando a grande prioridade seria estimularmos uma verdadeira cultura de homens livres.
Precisamos cada vez mais, como de pão para a boca, de gestos genuínos e desinteressados como aquele que inspirou o espírito de liberdade do Clube dos Pensadores.
Parabéns para ti, meu caro Joaquim Jorge, e a todos os que contigo colaboram regularmente e mantêm a chama desse clube simpatiquíssimo. Que os teus pensadores tenham seguidores e dêem mil flores para trazer um ar de festa à nossa melancolia democrática.
Saudações muito amigas do Vicente Jorge Silva.
