
FELIZ 2007!!
Quem morre?
Morre lentamente,
quem se transforma
em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente,
quem faz da televisão
o seu guru.
Morre lentamente,
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is"
em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam
o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações
aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente,
quem não vira a mesa
quando está infeliz
com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto
para ir atrás de um sonho,
quem não se permite
pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente,
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra
graça em si mesmo.
Morre lentamente,
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,
quem passa os dias
queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projeto
antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto
que desconhece
ou não responde quando lhe indagam
sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança
fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.
Pablo Neruda - Poeta chileno (12/7/1904-23/9/1973). Prêmio Nobel de Literatura
de 1971, militante comunista, antifascista e anticlerical, é considerado
uma das maiores vozes da poesia latino-americana, autor de Vinte Poemas de
Amor e uma Canção Desesperada (1924).
' [...] fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã [...]
poema enviado por uma amiga brasileira Morjana Dantas que vive numas das cidades mais cultas do Brasil,Salvador da Baía.
