Martins Carvalho
Nem sempre os erros são cobrados, diria mesmo que demasiadas vezes os erros não são sequer identificados.
Quando são cobrados, é justa a cobrança? Acredito que também nesta situação, podemos verificar que as cobranças, na grande maioria dos casos, pecam por excesso ou por defeito.
Porquê? Se alguém souber responder, deve ser com toda a certeza um grande "PENSADOR"
Reflectindo um pouco podemos exprimir alguns "palpites":
- Cada um vê o que "quer" e mais frequentemente apenas o que "pode";
- Nem todos "querem" ou "podem" ver ou interpretar o mesmo facto ou situação, de igual forma;
- Cada qual olha, sente, recorda, necessita, espera, ambiciona, prepara ou "arma" cada situação, cada oportunidade, cada problema, através do seu "ponto de vista";
Como é difícil construir o edifício da " nossa imagem"!
Quantos sapos, quantos sacrifícios, quantas cedências, quantas afirmações…
Com que facilidade implode este edifício! Sobretudo quando rodeamos a nossa construção de "dinamite", elemento que pode afastar os que desejam aproximar-se (com más ou por vezes também com boas intenções). A este explosivo chamamos muitas vezes "Monstros", construídos pelos detentores ocasionais (algumas vezes longamente ocasionais) do Poder.
Porque todos erramos, todos compreendemos que nem sempre nos acusam correctamente dos e pelos erros cometidos. Quando injustiçados, podemos optar pela tentativa de "minar" aquilo que consideramos conveniente (reprovável), desistir (indesejável) ou resistir serenamente tentando provar a injustiça.
Como diz o nosso conhecido NICOLAU, - "Alcança-se a dignidade pelo favor popular ou pelo dos grandes". Nem sempre "estes" querem e por vezes os primeiros ficam indecisos e baralhados.
Tenhamos paciência, se a razão nos assistir, esperemos até que os grandes mudem, porque o Povo será sempre o mesmo.
Não chega não colocar lenha (muita) na fogueira, seria bom que se impedisse que a fogueira fosse acesa por aqueles que se deixam embalar desmedidamente pela força do coração.
Duma forma particular, não devo nada, mesmo nada, ao partido que desde 1974 fiz o meu. O partido também não me deve nada mais, que o voto que sempre lhe atribuí. Devo tanto como o País deve a quem governa. Sinto-me por isso um observador privilegiado e livre para apreciar, decerto com as minhas enormes limitações, a qualidade dos procedimentos e a valorização dos cometimentos. Não somos insubstituíveis, apenas devemos estudar novas formas de participação e colaboração com os ideais que entendemos os melhores para os nossos iguais.
engenheiro e membro do clube
