
Joaquim Jorge
Os socialistas franceses elegeram Ségolène Royal, com 60,62 por cento dos votos, para ser a candidata do Partido Socialista Francês (PSF) nas eleições presidenciais de 2007.
Na votação, Ségoléne Royal enfrentou outros dois candidatos socialistas: o antigo ministro da Economia e das Finanças Dominique Strauss-Kahn e o antigo primeiro-ministro Laurent Fabius.
O jornal “Fígaro” (direita) diz que desta vez, "as sondagens não se enganaram" e que "a candidata soube conquistar os militantes como tinha ganho a adesão dos simpatizantes" do PSF. " Ségoléne Royal será para a direita uma adversária perigosa", adianta.
Para o “Liberation” (esquerda), "os militantes do PS tinham uma pesada responsabilidade, a de escolher não a candidata mais representativa do seu partido às presidenciais, mas a mais capaz de vencer a direita". "Uma mulher tem finalmente hipóteses de vencer as presidenciais", refere o jornal.
O “France Soir” escreve que se trata de "uma larga vitória que a posiciona nas melhores condições para a corrida ao Eliseu".
Ségoléne Royal vai "ter de se lançar na verdadeira batalha: a da eleição de 2007 e do eventual confronto com Nicolas Sarkozy (direita). Para Ségoléne Royal, as verdadeiras dificuldades começam agora", escreve o jornal “Parisien”.
De tudo isto se conclui que esta mulher é grande, pois venceu os velhos elefantes do partido, batidos em mil batalhas mais parecendo paquidermes imobilistas e passadistas pensando que o Mundo parou e que nada muda sem o seu consentimento.Foi uma derrota em toda a linha do aparelho esclerosado do PS Francês.É um bom presságio para o PS Português.Manuel Alegre mostrou que era capaz,não teve foi o tempo suficiente para se preparar, como teve Ségonèle Royal.Se tivesse havido primárias ,livres e sem os habituais controladores era o escolhido e teria forçado uma segunda volta.Mas é passado,o presente mostra que em França as coisas estão a modificar-se e pode ser que haja contágio para a mudança. Os aparelhos nos partidos tem os dias contados.Ainda não houve uma revolta, porque os portugueses vivem de migalhas e têm medo, estando em causa as suas carreiras. São os chamados medrosos do sistema dominados pelos chefes partidários e pelos mercenários da influência. É aquilo a que eu chamo a partidarite. O "remédio" contra este estado de coisas é ter personalidade,não ter medo,dizer o que está mal e chamar à atenção do caciquismo e dos sindicatos de voto. Desculpem-me a imodéstia, eu tenho feito isso desde que cheguei ao partido,sendo visto como um estranho. Eu não receio ser diferente. Tenho perserverança e trabalho com afinco as minhas ideias,daí ter criatividade e desinibidadamente ter tornado o clube dos Pensadores um local de reflexão obrigatório nos tempos que correm.Partilho muito das ideias de "Ségo", pelo controle das promessas eleitorais,assim como uma nova forma de participção cívica e novas maneiras de reinventar a democracia.
