Isabel Cruz*
Não sou obcecada pelo “faz de conta”. Não faço da crítica um “modus vivendi” como se fora um cartaz, para me mostrar numa situação de primazia, seja de que maneira for ou a quem quer que seja. Mas em abono da verdade, tentarei lutar sempre, para que se eliminem situações que considero ilógicas, a menos que haja alguém que me explique, porquê isto ou aquilo, se passa desta ou daquela maneira.
O que muitas vezes observamos e como não somos devidamente elucidados, leva-nos a pensar que certas situações são consequência de um mau funcionamento da máquina burocrática que envolve os serviços oficiais e ou que a existência dos “padrinhos”, dos “senhores cunha” ou dos “senhores silva”, continua a privilegiar “alguns”…
Estou estupefacta com o que acabo de ver e que de certa forma vai afectar psicologicamente muitíssimo um amigo e excelente professor de Filosofia/Psicologia, que foi colocado no Porto, conforme listagem da 1ª Contratação Cíclica, de 11 de Setembro, quando pela lógica deveria ter sido colocado nesta área de residência.
Repito pela lógica, porque a 28 de Setembro, saia a listagem referente à 3ª Contratação Cíclica e para meu espanto e do meu amigo, há alguém colocado, com horário completo, na Esc. Alves Redol. Este professor, vai para o Porto, tendo residência aqui, a dez minutos de distância da escola… e será que a pessoa que para aqui veio colocada está nas mesmas circunstâncias?....
Há descoordenação? Há confusão? Ou haverá paternalismo? Ou apenas irregularidades, provenientes de erros informáticos? As perguntas (sem resposta) são muitas…
Será que alguém já se deu ao trabalho de pensar um pouco, que a deslocalização de professores contratados, com toda a enormidade de instabilidades que isso promove, pode proporcionar uma má transmissão de conhecimentos aos alunos? Já foi proposto, alguma vez, fazerem-se testes psicológicos a professores privados do seu “in group”, para se avaliar o seu grau de produtividade? Já se estudou a instabilidade que causa, a qualquer ser humano, o facto de ser posto aqui agora e além depois, como se se tratasse de um “bibelot”? Os professores neste caso os contratados), são coisas ou pessoas?
Há que reflectir e tentar encontrar novas formas, mas límpidas, quando se está a proceder à colocação de professores. Ser professor, é ter uma nobre profissão, não é apenas receber uma remuneração ao fim de cada mês…
professora de inglês e membro do clube (apesar de estar longe )