somos um país triste, do Fado, que nos agarramos a algo, Fátima, e que sempre fomos alheados,servindo o Futebol como alienação em todo o seu esplendor
JOAQUIM JORGE
Há tempos li, num estudo, que a maioria dos portugueses, não se interessa pelo país, declara-se infeliz e é pessimista quanto ao futuro ( não é para menos, depois dos relatórios sobre o país). Nada disto me surpreende, somos um país triste, do Fado, que nos agarramos a algo, Fátima, e que sempre fomos alheados,servindo o Futebol como alienação em todo o seu esplendor .Já relativamente aos portugueses, não se interessarem pelo país e se Portugal fosse uma marca e nada fosse feito, estaríamos em risco de desaparecer, confesso que fiquei meio surpreso, pois revela, uma indiferença e desinteresse avassaladores . Porém o hábito é não te envolveres, só quando te toca no bolso. O que quero é que a minha vidinha me corra ,os problemas dos outros é lá com eles. O português além de invejoso, não é solidário e procura dar-se com todos, não se dando com ninguém.
Para a malta nova o Fado não lhes diz nada, Fátima pouco, resta-nos o Futebol para levantar o ânimo e o orgulho nacional, apesar de termos um treinador, que mais parece um coronel de uma fazenda do Brasil,com o seu bigode “sui generis”, que tem necessidade de vir a terreiro dizer que ele é que manda ( quem o faz, está debilitado na sua autoridade).Conseguimos um 2ºlugar no Europeu,perdendo em casa, contra a Grécia, que nem está presente no Mundial.
Se Portugal fizer uma boa campanha, levantará o astral, o orgulho,o fazer gosto de ser português,todavia isso deve-se a um punhado de jogadores fabulosos e não a um treinador estrangeiro escolhido por Madaíl, que se permite dar ao luxo com a sua arrogância, prepotência e inabilidade comunicacional dizer bacoradas e ter atitudes de, quero posso e mando, lembrando tempos idos, sendo tratado com uma subserviência, que é um insulto ao povo português.
A verdade é que o futebol é das poucas modalidades, a par do atletismo ( Carlos Lopes e Rosa Mota), em que nos conseguimos impor, contra países mais poderosos. Lembro-me das recentes conquistas do Porto, das mais longínquas do Benfica e da própria Selecção antes de Scolari.
artigo publicado na revista FOCUS 23/05/2006
