25/04/2019

As redes sociais decidem!




António Fernandes 
As redes sociais, como tudo, tem aspetos positivos e negativos. Sendo que, os negativos, como em tudo na vida, tem sempre um maior realce, na nossa cultura.
Um aspeto positivo: a facilidade em comunicar.
Um aspeto negativo: a facilidade em manipular as fontes que veiculam a comunicação.
Ora, as notícias falsas, veiculadas por fontes especializadas, tem assumido ser assunto dominante desde a massificação das redes sociais tal e qual as conhecemos em suporte informático com maior uso na rede de telecomunicações móveis, uma vez que influenciam e, muitas vezes determinam, o rumo de acontecimentos vitais para a organização social, política, económica, religiosa e outras, dos cidadãos, em sociedades mais ou menos civilizadas consoante o interesse geopolítico e geoestratégico territorial ou económico, entre outros fatores relevantes para o que estiver em causa no tempo e, no momento preciso.
As notícias falsas sempre foram uma conduta do poder nos mais diversos cenários: políticos; militares; sociais e outros.
Nesse sentido, os agentes políticos tem de ter consciência de que as diretrizes politicas legais que emanam devem ser catalisadoras de justiça social e nunca o contrário como vem acontecendo e que, as eleições a que se submetem se devem ganhar com esclarecimentos diretos, o que não é fácil nos tempos que correm em que há quem já tenha ganho eleições sem sair de casa, e em que o cidadão também tem a sua cota parte de culpa porque colabora ativamente com esta nova dinâmica por mero comodismo.
As redes sociais são o resultado da organização política e social existente que se tem vindo a ajustar a mudanças constantes em função das necessidades emergentes e da sua satisfação por Governos liderados por agentes políticos moldados por forças externas ao poder político, mas detentoras daquele que é o poder efetivo.
O agente político, passivos como sempre no que toca ao desenvolvimento do conhecimento, condição que lhe passa completamente ao lado, fica à mercê de quem possui e domina esse mesmo conhecimento. As Academias, nichos de tecnocratas.
Circunstância que vicia as regras da disputa do poder uma vez que uns sempre o tiveram e outros se sujeitam a eleições legitimando um engenho de modelo político dominado por tecnocratas e por todos os seus preconceitos, em uma democracia onde o agente político se presume ser um cidadão comum conhecedor das realidades conjunturais dos demais cidadãos comuns em que a articulação entre a necessidade e a solução não tem soluções de “régua e esquadro” por necessidade da convergência de sensibilidade apurada. O que não é, de todo, algo que fascine os tecnocratas.
Os partidos políticos atravessam por diversos motivos a sua maior crise existencial, tal qual o sindicalismo e demais estruturas da organização social popular, de forma que a sua existência começa a ser questionada um pouco por todo o mundo.
Talvez por isso o populismo ganhe adeptos passado que foi o tempo em que os académicos detinham a dianteira. Simplesmente, com o evoluir dos tempos, num tempo em que a vulgaridade também atingiu essa suposta elite social, o populismo sub-reptício alicerçou domínio que havia adormecido e alavancou força de sempre com uma nova forma e, pelos canais de sempre: a comunicação nas suas diversas formas conjugadas. No caso, as redes sociais.
Algo que foi estrategicamente criando para defesa dos seus interesses determinantes.
Assim sendo, as redes sociais não trouxeram nada de novo a não ser a forma, naquilo que sempre foi a contra informação estratégica que os interesses internacionais desde sempre fomentaram.
Um fenómeno rotineiramente ajustado através de uma articulação precisa entre todos os interesses em presença, mas em que, os maiores interesses são sempre os que mais beneficiam. Ou, não fossem esses que dominam as regras. Porque, quem financia toda a engrenagem da História foi sempre quem até hoje despendeu a sua força de trabalho na extração, transformação e consumo das matérias primas e seus derivados. Objetivando o presente: todos nós!