António Fernandes |
Esta senda é algo que dói a uma
terra fecunda de cuja barriga saiu gente ilustre no domínio das ciências, do
conhecimento, das artes, das letras e outras vertentes do saber mas que hoje
olha em volta e se revolta com o marasmo instalado em tricas de cordel em torno
do umbigo sempre luzidio que não sabe ser reflexo da capacidade
armazenada do saber discernir entre o útil e o inútil daquilo em que se envolve
e se limita, envaidecido, a instruir os seus servos de que a fanfarra é a forma
mais ruidosa de se fazer ouvir porque enquanto a fanfarra passa, pelo meio dos
acordes afinados dos instrumentos de sopro nas mãos de crianças, passa também a
sua vontade em ser cacique, porque até para se ser cacique são necessários
atributos de liderança inquestionável que, não acontece. O que acontece é a
contestação publica dessa liderança e a contestação próxima, dessa qualidade.
Um cacique não delega responsabilidade.
Assume-a e impõe-na!
Ora, a pretensão de privatizar a
gestão de um qualquer serviço publico é demasiado fútil, por leviana, para um
pretendente a cacique uma vez que, na sequência de uma delegação de
competências do Governo central para o poder local, importa, ao cacique,
centralizar a gestão dessa competência de
poder no Município a que preside de forma a seguir de perto a sua evolução, ou
então, para manter esse controlo, o processo terá de estar inquinado por
sindicância concursal ou de adjudicação direta, de forma a que o controlo
político da organização funcional não lhe fuja ao controlo político propulsor de votos
que garantam reeleição continua.
Considerandos à parte, o umbigo
é a parte sobrante de um elo que deve ser o nosso orgulho porque foi através
dele que a nossa progenitora nos alimentou a vida no ventre materno e que ao no-lo
cortarem passamos a ser autónomos para a vida futura.
Simplesmente, não é esse o
umbigo que está em analise social critica quando figurativamente mencionado a
propósito do comportamento social.
Neste particular o umbigo
figurado referido é o comportamento do individuo em grupo. De que, se extrapola
comportamento incorreto por não ter em conta a opinião dos pares.
Um ponto de vista pessoal que
não vincula a comunidade até porque umbilicalmente somos todos independentes.
Aquilo que acontece, por
paradoxal, é a interdependência social em comunidade e por isso o contrassenso
umbilical de que no individualismo é possível construir senso comum. Não é
possível. E por isso, a diversidade de opiniões e de visão sobre o que quer que
seja. A uniformização da educação traz equilíbrios emocionais e de raciocínio
comum assim como de cognição, mas que não são absolutistas.
Neste caso, o do comportamento descontextualizado, que visa exclusivamente a promoção de uma vaidade saloia e inconsistente por nem sequer haver motivo, aquilo que acontece é a chacota coletiva que faz de conta que não se apercebe de que é dominada por um cacique com predominância relativamente comum, que critica e de quem se ri numa qualquer esquina com medo de ser visto e depois poder vir a sofrer as represálias consequentes.
O tempo se encarregará de julgar e os lesados aguentarão as consequências durante todo o tempo em que as
políticas ora implementadas surtirem efeito até serem corrigidas para uma
situação em que o Estado assuma as suas responsabilidades inerentes e não ande
a proteger o lucro fácil de alguns em detrimento dos interesses sociais comuns.