18/02/2018

Partidos políticos. Uma gestação de parto difícil



António Fernandes 
Urge ressuscitar a credibilidade de todos os agentes políticos que os colocou no estado de letargia em que mergulham após um ciclo eleitoral que os coloca no poder que servem, como se tivessem hibernado até ao próximo ciclo eleitoral que os mantenha ou, substitua. Uns pela força de Lei que limita o número de mandatos autárquicos mas que se esqueceu de outros mandatos que fazem da atividade política uma profissão retirando-lhe a carga respeitável de serviço público temporário por não dever ser, forma de vida. E outros por força da vontade expressa nas urnas através do voto, pelo cidadão eleitor. A falta de credibilidade na classe é uma evidência que lhes parece passar ao lado, pelo menos daqueles que se transformam em mercadoria para consumo mediático, e que traz ao de cima da memória coletiva o retorno de um tempo em que, enquanto candidatos, juraram a pé junto combater - qual Don Quixote De Cervantes - todos os males da sociedade, com o quais não estavam comprometidos de forma alguma - disseram - e, que se propuseram alterar. Enganaram uns e deram razão a outros. Hoje, os contornos das cumplicidades que os ligam aos que “combateram” são muito mais fortes do que as diferenças que andaram a apregoar. Andaram o tempo todo a montar armadilhas para que nelas caíssem os incautos embevecidos por qualidades que pensam ter mas que nunca tiveram. Esses caíram redondos que nem tordos nas citadas armadilhas e, agora, depois de eleitos ou reeleitos, tudo fazem para se conseguirem desprender desse vínculo, sem que o consigam, porque sabem que saindo, não mais serão protagonistas. Os que não caíram andaram o tempo todo aos ziguezagues sem se querer comprometer mas também sem apresentarem solução nenhuma. Facto pelo qual a classe vai continuar a penar sem soluções à vista para os Concelhos nem para as freguesias, porque não tem as ideias necessárias a um projeto consistente com propostas efetivas, como se apurou da incapacidade em consertar diretrizes Concelhias para problemas coletivos mesmo que distintos: sem soluções para as cidades  do presente em que as soluções para o futuro são já, uma condição de equilíbrio social e ambiental, como se afere da insípida prestação na discussão de temas relevantes, tanto nas reuniões dos Municípios como nas Assembleias Municipais aonde a prestação tem sido paupérrima. Sem ponta por onde se lhe pegue porque também não tem valia para a batalha do futuro que exige cidades com vida! “Cozinharam”, em barrigas de aluguer, uma gravidez que se prevê complicada. Tanto na gestação como no parto. A gestação carrega anticorpos que se podem tornar virais. O parto, mesmo previamente acordado, pode acontecer antes de tempo o que o torna prematuro, ou depois de tempo o que o torna “termo tardio” seguindo-se-lhe o “pos termo” o que implica a tomada das medidas aconselhadas nestas situações. Mas que, num círculo de gente esperta, não há conselho que entre. De que sobram resquícios de fugaz aparência.
Simplesmente, o cidadão comum não vive de aparências saloias que mais não sabem do que assacar culpas ao vizinho só porque abriu a janela. Os agentes políticos têm responsabilidades que são as dos Partidos Políticos enquanto associação de cidadãos com vocação para o exercício do poder, de oposição e de livre associação reivindicativa e outros, pelos  quais concorreram.  Quando cumprirem serão admirados e estimados enquanto tal. Enquanto não cumprirem serão sempre olhados de soslaio e tidos por cidadãos sem  qualificação qualificável. Por isso, os Partidos Políticos se encontram numa encruzilhada em que a gestação é fácil mas o parto difícil.