António Fernandes |
É uma atividade extra
curricular, podendo ser curricular na sua vertente filosófica da conceção
pedagógica e formativa.
Desde logo porque o
associativismo obriga à interação de valências relevantes para a formação do
caráter em domínios de extrema importância como o são: o respeito; a liderança;
o trabalho em grupo; a partilha necessária para a execução em equipa; o
comportamento do indivíduo em sociedade; a autoconfiança; em suma: a construção
de um indivíduo autónomo, confiante e que goste de viver!
São vários os domínios
que alicerçam o anteriormente referido: Desde a expressão corporal; a colocação
da voz; a representação; e demais expressões artísticas.
Há, na atual conjuntura
política e social afeta à escola, modelos de associativismo: as associações de
estudantes; as associações de pais; os sindicatos.
Em qualquer dos casos,
estamos perante modelos de associativismo reivindicativo de direitos.
Ora, o que se pretende,
é que estes modelos se assumam num quadro de abrangência vertical no todo
nacional sem influência direta no quotidiano escolar, salvo as especificidades
que a isso obriguem.
Ao quotidiano escolar
importa a articulação e a complementaridade sem competitividade. Porque quando
há empenho individual interativo, a competitividade deixa de fazer sentido.
Por isso, o conceito de
associativismo de envolvimento faz todo o sentido, sempre que a interação entre
docentes e alunos das diversas turmas conjuntamente com o restante pessoal
auxiliar façam da escola um todo orgânico aproximado ao familiar.
Atividades que,
organizadas em movimentos associativos setoriais, darão vida sem precedentes ao
meio escolares. Dentro e fora do seu espaço físico. Inclusive em estruturas
nacionais exclusivas do meio escolar que partilhe e mostre todas as atividades
desenvolvidas em eventos de âmbito local, regional e nacional.
Desta articulação e
complementaridade há ganhos significativos. Desde logo na motivação. Fator
elementar de combate ao abandono escolar.
Motivação que aproxime
o aluno da escola para que não sinta a sua frequência e desempenho escolar como
uma obrigação. Mas que se sinta de tal forma motivado, ao ponto de lhe sentir a
falta!
Só assim a escola
cumprirá o seu desígnio primeiro: o de servir a comunidade. Comunidade que
precisa de ter com a escola uma parceria ativa em todos os domínios: ensino;
educação; inclusão; e lazer também. Porque nas atividades lúdicas assenta o
princípio da confiança e da cumplicidade sadia. Uma valência em que o
associativismo é exímio na sua implementação e concretização.
Ora, para que esta
dinâmica inclusiva seja monitorizada e a sua relevância tida em conta na
primeira linha dos valores e da ética comportamental, só num contexto de escola
pública, tal será possível.
Num modelo de escola em
que o medo se confunde com rigor, nunca será possível, por condicionalismos
vários: de conveniência curricular; rentabilidade económica; disponibilidade de
recursos e de meios; sempre num contexto de interesse político por opção;
pensar com a clareza e a lucidez suficientes que conduzam aos fins para que a
escola, de facto, existe.
Uma escola inclusiva,
sem elites ocas!
Uma escola capaz de se
inserir no contexto social que lhe é afeto!
Uma escola pública!
Uma escola que perceba
as dinâmicas do associativismo, as acolha, e com elas saiba aprender também!