António Fernandes |
A
Secção de Braga do Partido Socialista apresenta-se debilitado perante os seus
militantes e os seus eleitores.
E,
apresenta-se debilitado porque não soube, e continua a ter dificuldades, em
capitalizar o seu maior ativo. Os seus militantes!
Andou
demasiado tempo extasiado por vitórias eleitorais "eternizadas" por
um poder temporal que alguns teimavam em ajuizar intemporal. Só que nada é intemporal.
Tudo tem o seu tempo no tempo. Um ciclo episódico na História de uma cidade que
é irrepetível.
Desta
forma se esvaziou a Secção de Braga do Partido Socialista da sua
capacidade crítica e de autocrítica por
afastamento da sua massa critica.
Desta
forma se dissociou a cúpula local das suas bases.
Desta
forma se transformou o partido local em uma máquina que alguém punha a
funcionar e que, funcionava bem, só porque ganhava eleições.
Desta
forma se transformou uma estrutura geradora de vida ativa em uma coisa que se
contentava com o que lhe era apresentado. Já confecionado. Tudo feito!
Simplesmente,
já diz o poeta; “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades!”.
Os
tempos mudaram. O Partido mudou e mudou a Lei também. Limitou os mandatos para a mesma autarquia trazendo assim uma
outra dinâmica à vida política e implicitamente à vida dos Partidos políticos e
dos seus agentes mais interventivos. Dinâmica que exige uma participação ativa
das bases do Partido em todos os processos conducentes ao seu funcionamento e
controlo, assim como, à eleição para o exercício de cargo público a que os
novos Estatutos vieram impor regras e práticas diferentes, por mais
democráticas.
E
assim, o ciclo Autárquico que se iniciou em 2013 teve o seu inicio em um novo
cenário que trouxe novos desafios para quem ousou candidatar-se e exercer cargo
de responsabilidade no âmbito dos cargos disponibilizados na orgânica interna
do Partido e de candidatura a exercício de cargo publico nomeadamente:
- o desafio à capacidade em reestruturar e organizar a
secção;
- capacidade de auscultação do pulsar e do sentir, interno
e externo;
- a audácia e a ousadia em liderar;
- a capacidade em gerar consensos;
Entre
muitos outros atributos exigíveis a quem se propôs ir a votos e, levar o PS ao
exercício do poder autárquico!
Um
PS em que a sociedade no seu todo se revisse, sem abdicar ou claudicar dos seus
princípios programáticos, programáticos e, filosóficos!
Como
sabemos, a estratégia encetada ficou muito aquém daquilo que era a pretensão
local, em contra ciclo com o desempenho do PS a nível nacional em que
conquistou o maior numero de autarquias desde Abril de 1975, e, não só os
objetivos locais não foram alcançados como, em resultado dessa ocorrência, se
impõe uma nova trajetória política local para o Partido Socialista. Com novos
interlocutores e novas políticas.
Hoje, um dos desafios de primordial importância a enfrentar, afrontar e resolver, porque é um problema de fundo que mina a honorabilidade, a coerência, e, sobre tudo, compromete a conquista dos objetivos a que nos propusemos, é o de unir o Partido!
Torna-se
necessário unir as sensibilidades de que os militantes são portadores
respeitando-os nas diferenças de forma a aglutinar o consenso que é sempre
possível quando os ideais imperam e o interesse é o de servir o Partido porque
ao fazê-lo serve-se a cidade de Braga e os interesses dos Bracarenses que neste
momento passam por dificuldades acrescidas resultantes do modelo neoliberal de
governação exercido pela direita política detentora de maioria absoluta no
Município e na Assembleia Municipal.
A
unidade interna é de vital importância. Não a unicidade! Nem sequer o
unanimismo! Simplesmente, unidade.
O
tempo para as trincheiras individuais esgotou-se porque a razão deixa de o ser
quando a maioria decide que o caminho a seguir não é o que alguns querem e como
o querem porque tem objetivos pessoais o que implica haver uma agenda
individual que nada tem que ver com a agenda política do Partido Socialista.
Mas,
e também, o tempo de carpir o passado é o de ontem porque o de hoje é o tempo
de lutar pelo futuro!
O
sentimento de insegurança que rotula os militantes do PS de “órfãos” de ideias
e de iniciativa é um sentimento a extirpar porque o ciclo da inovação política
é premente
É
tempo de O Partido Socialista dar um sinal de abertura à cidadania e à sociedade em geral!
De
mostrar quais são as ideias que tem sobre e, para as pessoas que são a seiva da
Cidade, para a cidade e, quais são as linhas de orientação de políticas
estratégicas que tem para a década em domínios como:
- o urbanismo;
- a educação;
- o ensino;
- a solidariedade social;
- a agenda para a cultura;
- o ambiente;
- a habitação social;
- os transportes;
- as infraestruturas em geral;
- as associações culturais;
- as associações profissionais;
- as associações com vocação de serviço
publico;
- outras;
De
fazer prova, demonstrando-o, de que é um partido político da área do socialismo
democrático cujas preocupações se prendem com os interesses e anseios das
populações e as preocupações gritantes da cidadania que não se acomoda com a
atual situação de gestão dúbia daquilo que tem como sendo, para si, o interesse
publico!
De
dar prova também, de que, a oposição é sempre, a oposição.
Nunca
é a vassalagem mesmo quando escondida por de trás do pretexto de ser uma
“oposição construtiva” porque não há, oposições construtivas.
A
oposição é sempre uma postura de apresentação de propostas alternativas porque,
a orientação ideológica, tem sempre um cunho de identidade na construção e
posterior prossecução das políticas gerais sejam elas quais forem. Assim sendo,
à anuência é implícita à conduta.
Nesse
sentido, aquilo a que entranhadamente se chama de “uma oposição construtiva”,
mais não é do que subserviência pura e, simples!