António Fernandes |
Neste
contexto as sociedades deparam-se com lideranças sem preparação que as capacite
para e resolução dos problemas existentes e sem soluções alternativas, sem saber
rigorosamente nada sobre o que e, como, o fazer, num cenário de guerras civis e
tribais em que impera a Lei do mais forte.
Abandonam
as suas casas, as suas famílias, os seus Países e, deslocam-se em massas
migratórias em busca de soluções que não encontram nos Países periféricos aonde
são enclausurados em acampamentos em condições paupérrimas na expectativa de que
as Nações Unidas os encaminhem para Países de acolhimento que devido ao
envelhecimento das suas populações ativas tem necessidade de mão de obra não
qualificada para a prestação de serviços sem necessidade especifica de
qualificação.
Coloca-se
então, aos Países desenvolvidos, a procura de soluções para a sua juventude, que
mesmo sendo residual em alguns casos, é uma juventude qualificada com
expectativas de futuro elevadas porque foram essas as expectativas que lhes
foram incutidas ao longo da sua vida escolar e educativa de mais de duas décadas
preparando-os para desafios qualitativos.
Aqui
chegados, são confrontados com um vazio enorme de oportunidades que não aparecem
porque a automação e automatização dos procedimentos industriais, de serviços e
outros, lhes roubam essa expectativa e defraudam toda uma construção intelectual
virada para o seu futuro e o dos seus sonhos.
Identificados
com as novas tecnologias estas gerações percorrem o globo com o simples manusear
de um teclado (à distância de um clic) em busca da oportunidade que nunca lhes
foi facultada.
Encontrada
essa oportunidade nela aplicam o seu conhecimento e porque aprenderam a ser
disciplinados assimilam com facilidade os ensinamentos ministrados. Aceitam os
dogmas porque essa matriz foi-lhes incutida embora com outros objetivos e de
pacatos rapazes passam a “ferozes terroristas” à velocidade da
luz.
Não
são fanáticos mas sujeitam-se a treinos especializados para atividades com que
não se identificam mas que são satisfatoriamente remuneradas na presunção de
acautelarem a velhice com uma pé de meia razoável. Motivo pelo qual não é, de
todo, estranho, que haja atentados terroristas perpetrados por jovens cidadãos
europeus.
No
que ao surto de emigrações diz respeito para os Países Europeus, as comunidades
nacionais e as migrantes fecham-se sobre si gerando dificuldades interativas de
integração social e de inclusão ativa de que sobressai a rebeldia juvenil nem
sempre da forma mais conveniente para a paz social. E quando menos se espera.
Nuns casos é pontual ou factual e noutros casos é
premeditada.
Esta
mistura de culturas produz efeitos previsíveis no confronto de ideias, hábitos,
usos e costumes, uma vez que o histórico de vida de cada um é diferente e que
por isso necessita de tempo para se articularem de forma harmoniosa. Coisa que
só a evolução do conhecimento e do saber resolve e soluciona em
conformidade.
Talvez
por isso a exigência social se devesse centrar nos habitats forçando a criação
de condições propicias de acordo com a Carta internacional dos Direitos do
Homem.