Informei José António Barbosa, presidente da concelhia que o meu nome não pode ser utilizado para lutas no PSD e que será melhor retirar a candidatura. Não aceito que passe para a opinião pública a ideia que estou-me a fazer a um lugar e que sou candidato de qualquer jeito.
Estava em casa sossegado e fui desafiado a
ser candidato. Tenho uma vida preenchida com o Clube dos Pensadores, comentário,
escrever artigos de opinião, publicar livros e na minha carreira docente.
José António
Barbosa insistiu para não me retirar, agora que foi aprovado, que o nome
Joaquim Jorge é muito forte, que desde que se soube da sua possível candidatura
em Matosinhos houve um sobressalto cívico: reacções
muito positivas e registou com agrado a empatia e aceitação que Joaquim Jorge
tem nas pessoas, como escreveu no seu FB.
Deu o exemplo que Pedro Passos Coelho em Leiria
aceitou a decisão da estrutura local. Feliciano Barreiras Duarte era a aposta do PSD para liderar
a candidatura à Câmara de Leiria. O deputado e ex-chefe de gabinete de Pedro
Passos Coelho tinha o apoio do líder do partido e já tinha indicações “para ir
para o terreno”, quando a concelhia impôs Fernando Costa, o ex-presidente da
Câmara das Caldas da Rainha.
José
António Barbosa, presidente da concelhia e Joaquim Pinto Lobão, coordenador
autárquico argumentaram que o nome Joaquim Jorge foi aprovado cumprindo religiosamente
todos os trâmites estatutários do PSD. O argumento de quem abandonou a reunião,
alegando que o partido não utiliza a metodologia de voto de braço no ar, não
colhe. O líder do PSD, Pedro Passos Coelho já utilizou esse método.
(
http://www.dn.pt/politica/interior/psd-aprova-listas-da-coligacao-as-legislativas-por-unanimidade-4708595.html
)
Sabendo
que iam ser derrotados, saíram da sala mostrando mau perder e uma atitude
anti-democrática.
Apesar de ter sido, aprovado o meu nome, continuo inclinado
a retirar-me. Ainda não o fiz, por respeito com José António Barbosa, Joaquim
Pinto Lobão e os membros da concelhia.
O meu feeling diz-me
que devo retirar-me e não dar mais para este peditório. O PSD está refém do aparelho
do partido, anquilosado e desfasado da realidade. O dossier Matosinhos urge a intervenção do líder do PSD, Pedro Passos
Coelho.
Esta luta é entre a
velha política e a nova política. Esta luta é entre o aparelho do PSD e a
regeneração e abertura do PSD. Esta luta também é pela sucessão de Pedro Passos
Coelho. A Distrital do Porto tudo fez e vai fazer para vetar o nome de Joaquim
Jorge. A Distrital prefere perder as eleições do que aceitar o Joaquim Jorge.
Joaquim
Jorge tem muitos amigos no PSD, a sua actividade cívica granjeou-lhe simpatia e
amigos em todos os quadrantes políticos desde o PCP ao CDS, passando pelo BE e
PS.
Marco
António Costa é amigo pessoal de Joaquim Jorge e entregou-lhe a medalha de
mérito cívico pelos 25 anos do município de Gaia, afirma que nada tem contra e
não tem competência nesse processo. Bragança Fernandes apresentou um livro de
Joaquim Jorge na Maia e referiu-se a Joaquim Jorge em termos elogiosos.
Recentemente Virgílio Macedo ligou a Joaquim Jorge esclarecendo que não quer
ser candidato e nada tem contra Joaquim Jorge.
Mas isso é o que dizem e não conta para nada. Nos
bastidores fazem o contrário, com homens da sua mão complicam e boicotam este
processo.
A Distrital liderada por Bragança Fernandes escolhido por
Marco António quer um candidato militante do PSD, mas saíram derrotados. A Distrital
apesar de não ter margem de manobra vai alegar algo mirabolante para não
aceitar a decisão da concelhia.
Sempre estive de pé atrás, neste processo. Nunca pensei que
uma concelhia do maior partido português aprovasse um independente com o meu perfil.
Uma vitória pessoal de José António Barbosa pela evolução
do funcionamento do partido.
Pedro Passos Coelho, Luís Montenegro, Paula Teixeira da Cruz,
Pedro Santana Lopes, que já estiveram no Clube dos Pensadores, assim como, os
militantes do PSD e a opinião pública têm que saber o que se está a passar.
O meu maior poder é não querer nada, todavia a minha vida
não está sujeita a pessoas que não são mais do que eu, apesar de terem um
cartão de militante.
Quem define para onde eu vou e com quem vou sou eu. Esta
minha hipótese de candidatura se contribuir para a abertura e evolução dos
partidos, já me dou por satisfeito.
Matosinhos merece que se fale do seu futuro, de ideias e
projectos para o seu bem, e não, guerrinhas e divisões.
O PSD precisa de atrair uma nova centralidade política,
onde está a maioria, isso só o consegue com um independente.
Joaquim Jorge