04/09/2015

João Vasco Almeida




João Vasco Almeida 
Prende-me a Joaquim Jorge uma amizade antiga e o gosto de ter dado gás à sua ideia de um fórum de intervenção cívica e política, apartidário e informal. O seu sucesso, do Clube de Pensadores, veio a duras penas e custos pessoais. Criou, como sempre neste país de invejosos e preguiças, dores de cotovelo. Joaquim Jorge (JJ) ainda não recebeu um grande tacho ou uma "posição" na grande máquina do poder. Isso irrita, por demais, os poderes fáticos. Desta vez, ao que parece, a coisa foi pessoal e incómoda. O problema de JJ é ter uma coluna cheia de hérnias discais e direita demais, que antes partir que torcer.
Eu desconheço, confesso, os verdadeiros termos da disputa e pouco me interessa o molde da ameaça. O que me lixa é ter que ler que um dos homens que não enriqueceu subitamente com uma iniciativa de cidadania esteja a ser agora alvo dos voos de aves de rapina. Como sou seu amigo e gosto dele, ofereço-me já para testemunha de carácter do que for preciso. Mas acima de tudo apelo ao juízo e ao fim de qualquer ameaça, manipulação, tropelia ou imbecilidade. O poder pode mudar as pessoas que não estão preparadas para o exercer. O poder de JJ é grande mas desconfio que nunca ele saberá o poder que tem. Ao contrário dos que, alegadamente, pelos vistos, ameaçam. Mas ao que ameaçavam, na escola, a gente dava-lhes com uma corrida em pêlo. E gamava-lhes a namorada.
Num tempo em que os agentes políticos deviam mostrar bom senso, é bom que este impere.