30/08/2015

GASTOS DA DEMOCRACIA



As eleições para a Assembleia da República realizar-se-ão no dia 4 de Outubro de 2015. A campanha eleitoral decorrerá entre os dias 20 de Setembro e 2 de Outubro de 2015.
Há gastos com o exercido da democracia em que cada voto custa ao erário público em média três euros. Todavia a sua preparação e o dia das eleições têm custos elevados.
A CNE vai gastar 167mil euros para apelar ao voto, no fundo, é uma campanha contra abstenção. A maior parte - 126,7 mil euros - destina-se à compra de espaço publicitário na televisão, rádio e jornais. O resto  - 40,8 mil euros - destina-se à sua concepção criativa. Para além deste valor, já tinha gasto - 58,7 mil euros - numa acção de apelo à inscrição e actualização do recenseamento eleitoral.
No dia das eleições, os membros das mesas de voto, a cada um é pago 50 euros, custo que anda à volta de três milhões de euros. Não contabilizo o custo da dispensa de serviço no dia seguinte às eleições com direito a remuneração paga pela entidade onde trabalha: privada ou pública.
Por outro lado, todos os candidatos a deputados pelos partidos políticos e coligações têm direito a trinta dias anteriores à data das eleições, à dispensa do exercício das respectivas funções, sejam públicas ou privadas, contando esse tempo para todos os efeitos, incluindo o direito à retribuição, como tempo de serviço efectivo. Tudo isto tem um enorme custo, muitas escolas, câmaras, serviços públicos vão ficar prejudicados. Não seria justo essa dispensa verificar-se somente nos quinze dias da campanha eleitoral, e não, trinta dias?
Entre partidos que concorrem isolados ou em coligação são 16. É muita gente que concorre pois as listas em cada partido ou coligação têm em todos os círculos eleitorais 230 candidatos a deputados efectivos mais os suplentes.
O exercício da nossa democracia tem de ser revisto e o seu custo ser menor. A nossa democracia fica muito cara aos portugueses e a grande maioria não se revê nesta " democracia", que se constata pela enorme abstenção que é o maior partido português.
Eu sou apologista que se repense os gastos com a nossa democracia: campanhas eleitorais; financiamento dos partidos; etc. No fundo que se faça uma auditoria à nossa democracia.
JJ

*artigo de opinião publicado no JN