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Miguel Mota |
(Os partidos
têm toda a razão de existir, como associações de cidadãos como mesmo credo
político mas, na minha opinião, nunca como órgãos de poder e muito menos como
órgãos de poder ditatorial, como são neste país. Tão ditatorial que são eles
que dizem aos eleitores em quem é que eles têm licença de votar, e em listas
com ordem fixa, para garantir que são eleitos os que os ditadores decidiram que
devem ser eleitos. Em democracia, órgãos de poder são apenas os que são eleitos
em eleições livres ou deles derivados.)
Para a eleição
do Presidente da República os cidadãos tem toda a liberdade para escolherem
quem desejam eleger. Os que se queixam do Presidente em exercício, só se podem
lamentar de não terem sido capazes de eleger um melhor.
Diz-se que sem o apoio
de um grande partido não é possível um candidato ser eleito. Creio que se pode
dizer que não é exacto. O número de filiados nos partidos é pequeno, no total
de eleitores. Mesmo os filiados num partido, se não concordarem com o candidato
que a direcção do partido decidiu apoiar, por considerarem haver um melhor,
nada os impede de votarem nesse. A grande maioria dos portugueses não está para
maçadas... E depois, queixam-se!
Há pessoas que
podem ser candidatos mas que não o fazem por não terem a certeza de haver suficiente
número de votantes no seu nome.
Para as
próximas eleições será necessário começar já. Se alguém está interessado em
eleger o/a senhor/a X, deve, depois de o/a consultar e ter a sua aprovação,
iniciar imediatamente a campanha de “O/A senhor/a X a Presidente!”.
Também se diz
que uma campanha custa imenso dinheiro. Não necessariamente. Com as facilidades
de comunicação que hoje há, telefone, SMS, Internet e autocolantes na lapela ou
nos automóveis, cidadãos conscientes e interessados contactam amigos e
conhecidos que desejam eleger o/a “Senhor/a X”. Se os contactados fizerem o
mesmo, numa reacção em cadeia, em breve reúnem um número avultado de apoiantes.
Bem gostaria
que o mesmo processo existisse para a eleição dos deputados para a Assembleia
da República. Por essa razão, na Proposta de Alterações à Constituição, que
publiquei em 2002 numa revista universitária, incluí a alteração dos artigos
149 e 151, que nos daria a liberdade de escolha que temos para eleger o
Presidente da República e ter, finalmente, democracia em Portugal.