1- Fui
convidado a visitar a sede do CDS em Gaia por um amigo, Abel Guedes do CDS e
membro do Clube dos Pensadores, a pedido do líder da concelhia do CDS Fernando Barbosa.
Dou conhecimento público porque não me foi pedido sigilo e por outro lado não
tem nada de mal pessoas civilizadas encontrarem-se e conversarem.
2- Na
altura, mostrei-me renitente nesse encontro no CDS pois não percebi o porquê? Foi-me
explicado que eu tinha escrito que o CDS não existia em Gaia. Porém o que quis
dizer nesse referido artigo é que o CDS não se vê o que tem feito e não há notícias
nos jornais. Para qualquer cidadão comum fica com a ideia da sua não existência.
3- Não
gosto muito de frequentar partidos, mas fiquei agradavelmente impressionado com
o que ouvi. Fernando Barbosa numa atitude inteligente quis de viva voz ser
esclarecido do que eu disse do CDS e falar-me do que o CDS tem feito e de
futuros projectos do CDS em Gaia
4-
Confesso
que vi uma sede muito bem arranjada e simpática. Na entrada tem fotos da
história do CDS, em que recordei imagens de Adelino Amaro da Costa
braço-direito na altura de Diogo Freitas do Amaral. Vi Adriano Moreira e Vieira
de Carvalho amigo pessoal de meu pai na Maia, entre outros. Vi indubitavelmente
o meu amigo Paulo Portas. As fotos a preto e branco são de muito bom gosto.
5- Apercebi-me
que o CDS tem muitas queixas, na relação de convivência democrática pela postura
do PS em Gaia e funcionamento da sua Assembleia Municipal. Todavia a quem
compete denunciar essas situações deve ser ao CDS e não estar à espera que
outros o façam por si.
6- Se o
CDS tem dificuldade em passar a sua mensagem nos jornais deve denunciar essa
situação e os gaienses saberem desse facto, de forma a pensar-se que o CDS tem
actividade política mas é coarctado no que faz.
7- Tenho
denunciado várias situações que acho anómalas outras caricatas em Gaia. Faço
sempre para melhorar Gaia e numa atitude de boa-fé, todavia sou um cidadão que "represento"
muita gente que pensa como eu, mas não sou um partido, nem tenho
responsabilidades políticas.
8- Sei
que o que faço no Clube dos Pensadores me tem dado visibilidade e notoriedade,
mas o mais importante para mim, é a credibilidade. Tudo que digo, ou escrevo é
avalizado e tem eco. Por essa razão mais responsabilidade e cuidado tenho que
ter no uso das minhas palavras.
9- A
minha missão é fazer cidadania, denunciar, alertar, não é fazer oposição à CM
Gaia. Se com os meus escritos as coisas melhorarem, fico feliz. Quem deve fazer
oposição à CM Gaia é o PSD, CDS, CDU, BE e outros partidos. O meu humilde papel
é intervir civicamente. Uns gostam, outros não, porém Gaia deve gostar.
10- O carácter de um
homem é o seu destino (Decia Heráclito). A vida leva-te a ser tu mesmo. O tempo
educa o teu gosto e as tuas preferências.
11- Eu sou uma pessoa
privada e por vezes a minha exposição pública resulta pesada para mim. Sou
muitas vezes vítima de determinados interesses, alguns partidários que nada
tenho que ver com isso. A liberdade não é o Estado ou uma qualquer Câmara que
te dá, mas tu mesmo. O poder na CM Gaia só quer aplausos e uma adesão
incondicional.
12- Se alguém pensa pelo
sua cabeça e pergunta: Porquê? Torna-se um oximoro. Se há alguém que não
aplaude, questiona o modo como aplaude e quem aplaude. Torna-se persona
non grata. A culpa é da oposição em
Gaia que deixou tomar todo o espaço público pelo PS e os seus apaniguados.
13 - Esta CM Gaia tem um
problema de relacionamento com quem não lhe diz ámen. Apesar de não ter uma
maioria absoluta, mas sim, relativa. Gosta de fazer alarde da sua
"força", de um ritual de submissão, de adesão incondicional. No fundo
quer estar num estado de ovação permanente.
14 - Quem dá a sua opinião
é alarmista, ressabiado, persegue a CM Gaia, etc. Estes tiques ditatoriais no
séc.XXI são inqualificáveis numa democracia plena.
15- Tão inquietante é um
silêncio imposto como o aplauso unânime. Não interessa que o poder vigente
em Gaia diga que «dois mais dois são cinco». Temos que estar calados e
aplaudir, de outro modo tudo que se crítica tem segundas intenções.
16- Em vez de uma atitude
inteligente analisarem o conteúdo e a mensagem que se pretende sugerir,
entendem como um ataque pessoal. A diferença entre a vulgaridade e a
transcendência é perceber quem não pensa como nós.
17 - O direito a criticar
tem como lugar correspondente o dever de suportar a crítica.
18 - Um coisa é certa nunca
deixarei de dar a minha opinião sempre que se justifique. Augusto Branco diz,
«as pessoas gostam do ideal de liberdade de
expressão até o momento em que começam a ouvir aquilo que elas não gostariam
que dissessem a respeito delas». Esta CM Gaia é assim que funciona...Lamento.
JJ
*artigo de opinião publicado no jornal Audiência