Em ano de eleições mudar o sistema político e a lei eleitoral não será boa ideia. Mas a seguir a estas eleições deve começar-se a fazê-lo rapidamente. Já estou cansado após eleições ver os políticos falarem da enorme abstenção, darem a entender que vão tomar medidas e depois fica tudo na mesma.
Deve após as eleições sair um compromisso de reforma das leis eleitorais e da Constituição que a condiciona.
Todavia a democracia dos partidos é insuficiente. É difícil argumentar que uma democracia política funciona bem , quando a democracia é inexistente dentro dos partidos políticos.
No PS já houve eleições primárias para a eleição do secretário-geral e foram abertas , para além de militantes, à votação de simpatizantes. É um tímido passo mas os partidos têm que se abrir totalmente à sociedade.
Listas abertas, fórmulas maioritárias, eleições primárias para todos os órgãos do partido, regime jurídico regulador dos partidos ( eleição de cargos internos, transparência, financeira, protecção judicial dos seus militantes, participação de simpatizantes, etc.)
Neste terreno há muito a fazer e já ontem era tarde. Gostava de perceber como vai ser feita a escolha dos deputados nos principais partidos políticos. Quais os critérios? Se serão feitas por nomeação ou votação? Quem decide essa escolha?
A democracia não pode ser domesticada pelos partidos políticos e ficar refém dos senhores desses partidos.
JJ