Isabel Coutinho |
Bom dia Joaquim Jorge,
Têm reclamado a minha ausência no blogue do Clube dos Pensadores.
Tal ausência está justificada com desabafo publicado "Sem pachorra" em
Outubro de 2014.
Também porque me tenho dedicado a outras causas em que a minha presença ou
intervenção têm feito alguma diferença (sempre para o bem) e assim fico com
menos tempo para escrever, ou desabafar por escrito.
Os temas em torno da politica não me entusiasmam, desisti, por enquanto e
enquanto apenas me saírem palavrões e palavras que evito, por mostrarem
sentimentos de revolta e porque são acontecimentos que são um atentado à
inteligência de qualquer um que esteja desperto para a sociedade até mesmo para
o mundo.
Tenho me dedicado à leitura da poesia e a texto com conteúdos construtivos,
de forma a olhar para outro lado que me possa munir de mais saber, serenidade e
força para a mudança que está para vir.
Posso partilhar com o blogue o último texto que li e que faz todo o sentido
o tema não ser esquecido numa sociedade doente como esta a que estamos a viver e
a educar para futuro.
Consumo vs.
consumismo...
O
consumo favorece a vida, precisamos consumir para viver. O problema portanto não
é o consumo, é o consumismo, que alude ao excesso e ao desperdício. O
desperdício de qualquer coisa (água, comida, roupa, tempo, energia etc) é
imoral. Ostentar a abundância onde ainda haja tanta escassez é efeito colateral
de uma sociedade alienada e desconectada da realidade. Em um mundo onde os
recursos naturais não renováveis – fundamentais à vida – são limitados e se
esgotam rapidamente, é preciso consumir com consciência. Sabendo usar, não vai
faltar. Nesse sentido, o consumo pode ser entendido como um ato
político.(...)Quem
consome de forma irresponsável age de forma individualista, egoísta, hedonista,
sem noção do quanto contribui para a destruição dos estoques de natureza que
necessitamos para viver. Nós e os outros que ainda virão.(...)Qual o projecto civilizatório da
sociedade de consumo? Se for consumir à exaustão, entender como diversão a
acumulação ilimitada de bens e de posses, a ostentação do supérfluo
(entendendo-se o supérfluo como aquilo que não merece ser chamado de necessário
em uma consulta à própria consciência) não vejo saída
possível. Os
que defendem o amplo direito de todos consumirem sem restrições ignoram
importantes estudos já produzidos sobre os limites do planeta.(...)Quem
se diz consumista ignora a armadilha em que se encontra, pois nunca estará
totalmente saciado. Será sempre refém de novas campanhas publicitárias, que
despertam novos sonhos de consumo. Há
outra questão importante quando alguém se assume como consumista: é triste
transferir para objectos descartáveis e perecíveis o direito de ser feliz. Só
pode ser feliz quem consome além da conta? Só pode ser reconhecido como alguém
bem sucedido quem ostenta marcas de luxo? São questões que deveríamos prestar
mais atenção, reflectir juntos e buscar soluções que visem o bem
estar colectivo em um planeta que é um só, e os recursos são
finitos.
Que seja bem-vindo apenas o "consumismo" de cultura, saber, conhecimento, de mais tempo com os amigos e a família, experiências afectivas plenas de significado e valor!
Que seja bem-vindo apenas o "consumismo" de cultura, saber, conhecimento, de mais tempo com os amigos e a família, experiências afectivas plenas de significado e valor!
Sem disposta
(bem ou mal)
Isabel Coutinho