João Vasco Almeida |
Joaquim Jorge tinha razão. Não sei se o nome se estabeleceu ali ou se lhe surgiu no regresso ao Porto. Os comensais, o então director da revista, Frederico Valarinho, eu, que estava como chefe-de-redacção, os redactores principais João Ferreira e E. Leão Maia comentámos depois que eram raros ou sonhadores loucos que nos apareciam com boas ideias. A retirada em força das redacções dos centros das cidades tinham afastado os bons homens e mulheres – o jornalismo ia-se tornando pobre e nada pensador.
O que Joaquim Jorge conseguiu nos últimos nove anos já é parágrafo na História do país. Durante este tempo o Clube dos Pensadores, nome mais ou menos pomposo mas empregue com a seriedade necessária ao rigor do objectivo, tornou-se indispensável à sociedade. Não há outro, volvida a década, que cumpra o que promete e promova tão bem e tão assertivamente o simples objectivo de saber mais e criar mais dúvidas e curiosidade sobre a nossa vida comum.
Por isso há neste Clube uma obrigação: de ir além do parágrafo, de se manter vivo, relevante e crítico. Aqui já se fizeram e desfizeram ministros. Daqui já saíram notícias relevantes e banalidades que confortam. Mas, acima de tudo, aqui está um grupo de gente, liderada com sabedoria e apego, com ternura e dedicação, a quem o país, às vezes sem saber, muito deve.
Lisboa, 16 de março de 2015
João Vasco Almeida
Jornalista /