Miguel Mota |
Eu fico perplexo. Todos aqueles
que se dizem de esquerda – muitos não são e alguns até são de extrema direita,
como se vê pela governação que fizeram – deveriam levantar um imenso clamor
contra essa ideia. Do artigo “IVA, um imposto estúpido e imoral” (Público de 8
de Dezembro de 2012) transcrevo:
“Sem ser especialista de sistemas
fiscais, pareceu-me um imposto estúpido e imoral. Como imposto indirecto, igual
para todos, deixa de obedecer à regra de boa moralidade social que manda que os
que mais levam para casa paguem uma percentagem de imposto superior à dos que
têm menos. O IVA é igual para todos.
Parece-me um imposto estúpido
porque, obrigando a milhões e milhões de operações de cobrança tem, só nessa
cobrança (que vai ocupar muitos funcionários do fisco) um elevado custo, que
recairá sobre os contribuintes. E as entidades que o cobram também vêem os seus
custos de mão de obra aumentados.
Como já vi sugerido na internet, o
estado devia aplicar o mesmo IVA de 23% que aplica à aquisição de um
frigorífico ou de qualquer outro objecto às aquisições financeiras,
nomeadamente na Bolsa. Realmente, não se compreende que quem faz uma aquisição
de dezenas ou centenas de euros deva pagar 23% de IVA e quem compra cem mil
euros ou um milhão de euros ou mais de acções não tenha que pagar o mesmo
imposto.”
As pessoas deviam anotar todas as
quantias de IVA que pagam ao longo do ano. Mesmo com ordenados modestos, talvez
ficassem admiradas com o elevado quantitativo que pagaram desse imposto.