Daniel Braga |
Hoje
o Clube dos Pensadores é, sem dúvida, um espaço incontornável da liberdade de
expressão em Portugal e um espaço único onde todos têm direito a opinar sem
amarras nem constrangimentos (embora nem todos saibam aproveitar este espaço
com grandeza e nobreza de espírito). Mas ao mesmo tempo o Clube é, sem dúvida,
a alma e o espírito do Joaquim Jorge fortemente interligados que proporcionaram
o seu êxito e projeção, transversal a toda a sociedade portuguesa. Como ponto
de referência em que hoje se tornou, o seu estatuto também adquiriu uma outra
dimensão com reflexos no aumento de responsabilidades dele (Joaquim Jorge) como
fundador e de nós como corresponsáveis pela divulgação e sucesso de todo este projeto.
Mas como tudo o que é marcante e tem sucesso, também traz à liça algumas
contrariedades, quer de índole financeira, quer ainda na possibilidade de cada
um trazer ainda uma maior valia ao Clube, com ideias, sugestões e até um outro
tipo de contribuições para a sustentabilidade do próprio espaço. Falou-se aqui
em organização formal (que não de índole jurídica), em orçamento sustentado e
programado, em cotizações e até na possibilidade de outros membros substituírem
o seu fundador em caso de impossibilidade deste.
Pois
muito bem. Relativamente à organização formal parece-me que contraria um pouco
este espírito naif e algo descomprometido do Clube que lhe granjeou êxito e
respeitabilidade. Quanto à cotização sou integralmente contra, pois se existe
uma conta, já do conhecimento público, cada um vai ajudando com o que pode,
dentro das suas possibilidades e o que cada um contribui é da sua inteira
responsabilidade. Substituir o Joaquim Jorge não me parece o caminho ideal,
sendo mais a favor com aquilo que Joaquim Jorge já faz quando acha oportuno:
delegar funções e responsabilidades em membros que vão falar do Clube nas
várias situações que possam, eventualmente, ocorrer.
Meus
caros o Clube precisa essencialmente de gente que o patrocine, de gente que dê ideias
e contribua para o seu engrandecimento mas não tenhamos dúvidas, a «alma-
mater» do Clube é Joaquim Jorge e no dia em que o seu fundador der por
concluído o seu trabalho, o Clube morre com ele.
*texto escrito em 12/2013