01/10/2014

En passant




Estive a pensar. Depois da vitória de António Costa , a ola de entusiasmo à sua volta,  que está  a ter, e vai continuar a ter num futuro próximo,vai levá-lo rumo a primeiro-ministro, não tenho dúvidas.

Conhecendo como conheço os portugueses , já esqueceram o PS gastador, ruinoso, socrático e que permitiu que vivêssemos sobre o efeito de uma troika insensível e que só via números. 

Nós precisamos, sim, de uma troika social, em que evidentemente se ataque o défice, mas não constantemente à custa dos que menos posses têm e menos capacidade de se defender de uma austeridade autista.

O PS tem um novo líder num país de "vamos ver".

António Costa tem que definir rapidamente o espaço político que quer ocupar: a esquerda ou centro esquerda.

Jose Luiz Zapatero dizia que não pretendia ser um grande líder, " prefiro ser um bom democrata". Espero que António Costa seja um bom líder e ao mesmo tempo um bom democrata. As duas coisas não são incompatíveis.

Esperemos que António Costa não ofereça soluções falsas para os problemas reais do país.

António Costa tem uma série de requisitos, para além do seu sorriso e bonomia, muitas habilidades específicas . Nem todos conseguem ser como ele. Há truques que se têm que aprender. A sua longa vida partidária permitiu-lhe actuar no momento adequado.

Estas primárias foram um estalido de cidadania, vulgo simpatizantes socialistas poderem aproximar-se do PS. Contudo a forma de aproximar os cidadãos da politica, dos políticos e dos partidos políticos será com maior transparência,castigando os corruptos, devolvendo à opinião pública a fé nas instituições, que é algo fundamental para que uma cultura democrática funcione.

Só há uma maneira do PSD vencer as próximas eleições legislativas em 2015. Pedro Passos Coelho não se recandidatar a primeiro-ministro e deixar o espaço para Rui Rio assumir a liderança do PSD.

Esse seria um golpe de mestre. Rui Rio nada tem que ver com a política seguida por este governo tendo , muitas vezes, demarcado-se e criticado várias opções e caminhos seguidos.

Rui Rio apresentar-se-ia limpo, livre e com um passado na CM Porto imaculado. Estaria na mesma posição, ou porventura melhor, que António Costa para assumir a chefia do governo.

Os políticos dizem sempre que estão na vida pública para servir Portugal e o seu partido. Mas todos sabemos que não é assim.

Se Pedro Passos Coelho desse o lugar a Rui Rio de motu proprio, o país e os portugueses agradeciam.

JJ