Isabel Coutinho |
Pouco entendo deste Acordo Ortográfico (AO), que nunca entendi porque não
foi a referendo, mas também por ver que o meu filho está a aprender o Português
com "novas regras". Fui pesquisar para tentar perceber o seu sentido prático, já
que está a ser implantado no ensino da disciplina do Português à geração dos que
nasceram após ano 2000. Mas a ideia que eu tinha, mais o peso da minha
resiliência, levado por uma irreverente desobediência a ideias propostas pelo
exterior, quando não se olha e não se medem consequências ao alterar o "ADN"
lusitano!,... agora é que não gostei mesmo. Mais valia estar quieta e aceitar
sem incómodos para o meu sentido idealista ou patriótico!
Português
«Como se chama esta língua, que nasceu no recanto onde surgiriam depois
a Galiza e o condado portucalense, que foi levada pelos reconquistadores para as
terras dos árabes e que foi levada pelos navegadores para todos os cantos do
mundo, onde se tornou língua oficial de estados (Brasil, Moçambique, Angola,
...), língua materna de milhões de pessoas e língua segunda de muitos milhões
mais?
- O seu nome vem de Portugal.
Como muitas outras línguas da Europa, o português resultou da expansão e
da fragmentação da língua falada no Império Romano: o latim vulgar.
O vocabulário do português enriqueceu o seu fundo latino com empréstimos
pedidos a línguas tanto próximas como distantes.
Elenco dos principais fenómenos de mudança ocorridos na gramática do
português europeu desde os tempos medievais.
Mudanças fonéticas e fonológicas
Mudanças sintácticas
Mudanças morfológicas
Há Características que permitem distinguir, na fala, um português do
Norte de um português do Sul e ilhas
Em ilhas e em faixas costeiras de África, da América e da Ásia
sobreviveram até hoje línguas crioulas formadas a partir da língua
portuguesa.»
(não confundir com O Português Brasileiro)
«O Português Brasileiro descende do Europeu. No Brasil, tomou a sua
forma na complexa interacção entre:
- a língua do colonizador (e, portanto, do poder e do
prestígio),
- as numerosas línguas indígenas brasileiras,
- as também numerosas línguas africanas chegadas pelo tráfico negreiro
(oficial entre 1549 e 1830, não oficial antes e depois desses
limites),
- e finalmente as línguas dos que emigraram para o Brasil da Europa e da
Ásia, sobretudo a partir de meados do século XIX.
Dessa potencial Babel linguística, foi se definindo, ao longo de
quinhentos anos – pouco tempo para a história de uma língua – o formato
brasileiro contemporâneo da língua portuguesa.
Considerando-se os factores sócio-históricos que actuaram das origens e
por todo o período colonial e pós-colonial, pode-se entrever uma interpretação
de como se originou e se formou o Português Brasileiro, constituído em contexto
social de transmissão, majoritariamente, irregular, na oralidade, livre das
peias normativizadoras da escolarização e, consequentemente, da escrita, o que
resultou numa variante, em muitos aspectos, divergente da europeia. No seu
interior, esse Português Brasileiro heterogéneo apresenta variantes socioletais
com configurações profundamente modificadas, que se aproximam dos crioulos de
base portuguesa e variantes que se aproximam do Português Europeu.»
Fonte: instituto-Camões
Lê-se:
"O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa é um tratado
internacional assinado em 16 de Dezembro de 1990, em Lisboa, com os diversos
países representantes da língua de Camões e que contou até com uma delegação da
Galiza, onde se pretende aplicar o documento com a mesma eficácia que em países
como Portugal, Brasil ou Angola"
"O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa é um tratado internacional
firmado em 1990 que tem por objectivo criar uma ortografia unificada para o
português, a ser usada por todos os países de língua oficial portuguesa. Foi
assinado por representantes oficiais de Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe em Lisboa, em 16 de
Dezembro de 1990."
Vozes contra:
"APRESENTOU QUEIXA NA PROVEDORIA DE JUSTIÇA Professor de Direito diz que
novo Acordo Ortográfico é “inconstitucional". Docente alega que a língua não se
pode mudar por decreto"
"Vasco Graça Moura: Era uma das vozes mais críticas do acordo
ortográfico, do qual reclamou a revisão, numa intervenção no Porto, em maio de
2012, porque entendia que provoca "graves lesões da pronúncia de muitas
palavras" e em "nada contribuir para a unidade da ortografia" da língua
portuguesa."
e ainda...
"O grande artífice, pelo lado brasileiro, dessa nova reforma, foi o
linguista e dicionarista Antônio Houaiss, contra o qual se levantaram numerosos
críticos. Entre outros, manifestou-se contra ele Prof. Napoleão Mendes de
Almeida, respeitado em todo o Brasil e em Portugal como o maior gramático vivo
da época. Em entrevista a "Veja", publicada na edição de 24-2-1993 da revista,
sob o título "Chega de asnices!", assim se exprimiu ele:
"VEJA - O que o senhor acha das reformas ortográficas feitas
periodicamente no português?
ALMEIDA - Vejo como uma forma de comércio. O interesse das reformas
ortográficas é financeiro, não intelectual ou prático..."
VEJA - A unificação da ortografia usada no Brasil e em Portugal,
prevista pela reforma, não seria desejável?
ALMEIDA - Que unificação? Não existem duas línguas, apenas
uma."
Fontes consultadas: amigosdolivro.com.br / Publico.pt /
jn.pt
Para terminar...
Atendendo ainda à desmesurada atenção a este Acordo pelo Brasil
(Portugal não abre o bico) O Senado Federal criou uma nova comissão técnica para
estudar mudanças ortográficas na Língua Portuguesa com a ideia de simplificar
mais uma vez a ortografia, agora além de querer eliminar a letra ‘h’ no inicio
das palavras, ela também sugere a eliminação da letra ‘u’ da palavra queijo por
exemplo que se tornaria qeijo. http://simplificandoaortografia.com/
!!!
...(vou tomar um chá de
camomila).