O PS encontra-se em situação
desastrosa em consequência da crise que assolou Portugal com a entrada da troika mas também da recente disputa para a
sua liderança entre António José Seguro e António Costa.
Sem o
reconhecimento dos portugueses na recuperação do seu papel central na política
portuguesa não vão a lado nenhum. Este controle absoluto do partido por António
José Seguro e as respostas erróneas depois da derrota nas legislativas em 2011,
não ajudou em nada à sua reabilitação e fazer a travessia do deserto.
Não era
preciso auto- flagelação mas uma certa limpeza no diagnóstico do que
verdadeiramente aconteceu.
Os
socialistas necessitam de recuperar fiabilidade e para isso necessitam de
um discurso alternativo ao PSD/CDS e quem o disser tenha uma credibilidade
crescente.
Um
discurso que se possa explicar em 30 minutos e que assente em poucas
bases, firmes, compreensíveis para os portugueses.
Um
discurso diferenciado do actual governo é fundamental numa
clara diferenciação, de modo que os portugueses percebam que há uma
alternativa credível.
Como diz Norberto Bobbio: "
o único critério que resiste ao desgaste do
tempo para definir a esquerda é
a igualdade".
O PS
perdeu o pulso à sociedade e as suas respostas falhadas ao longo
destes 3 anos não ajudou em nada.
Esta luta
no PS não sei se vai ajudar ou piorar o cenário e a forma como os portugueses
vêem o PS.
O PS não
vai bem e, não vai sair melhor, do que antes desta disputa. Em vez de se falar de
respostas para os problemas do país, o PS digladia-se em afirmar que Costa
é melhor ou que é Seguro o melhor para liderar.
Ainda
é uma incógnita o impacto real que terá esta disputa.
Costa deveria ter avançado logo
a seguir à saída de José Sócrates, o seu distanciamento
permitiu a António José Seguro armadilhar o PS. Agora pediu um voto de
confiança aos socialistas, mas há mais gente fora do PS, por ele, do que dentro
do PS. Tem vindo a perder sucessivamente todas as votações. Pode ser que vá
de derrota em derrota até à vitória final em Setembro.
O PS está
mergulhado numa crise, até no direito a decidir. A actual direcção do PS
insiste em que é a melhor colocada para disputar eleições contra este governo,
porém os portugueses não acreditam, e mesmo, os socialistas que
apoiam Seguro apoiam-no sem acreditar muito, num seguidismo para honrar
acordos e compromissos. O PS não pode ser uma casta mas dos seus
militantes.
O PS
nesta disputa sabe -se como vai entrar mas não se sabe como vai sair.
O PS, quer
dando um voto de confiança a Seguro, quer dando um voto confiança a Costa pode desembocar no caos.
Quem
vencer, precisa de uma organização que lhe dê suporte, se conecte com os
portugueses, senão serve de pouco.
JJ