Não sou daqueles que acho que o 25 de Abril não valeu a pena e não sou democrata céptico em relação à nossa democracia. Posso-me considerar um democrata decepcionado e advogo um renascimento da democracia e de politicas sociais.
O momento actual,com a intervenção da troika há três anos com uma austeridade constante e perplexa para quem nada teve que ver com isto - o povo. Durante anos a fio o Estado sustentou as clientelas dos partidos e os milhares e milhões que se gastaram em betão , umas vezes inútil outras vezes nem tanto, e os gastos e politicas seguidas de uma forma geral abjecta e inqualificável , hipotecando o futuro de Portugal.
O PSD, PS e CDS que tiveram sobre os seus ombros a responsabilidade de conduzir os destinos de Portugal são os grandes responsáveis do que se está a passar.
Há a tentação de lembrar António Oliveira Salazar pela sua honestidade e não ter mexido em dinheiros públicos, mas por outro lado deixou Portugal com um atraso secular, com os jovens sem acesso à escola,como um direito de todos que propicia a ascensão social.
Eu quero uma democracia ao estilo nórdico com pouca ou nenhuma corrupção,melhor governo, com maior igualdade e com um nível médio mais elevado. Mas para termos isso não é preciso fazer-se uma revolução com armas, mas sim com uma revolução pacífica de ideias,comportamentos e atitudes
Não tenho dúvidas que vivemos numa democracia mas está cheia de defeitos que urge corrigir. Robert Fishman, sociólogo e cientista politico que estuda há anos a democracia portuguesa refere:"está bem enraizada", não está " totalmente satisfeita consiga própria" e não tem nem "excesso de confiança" nem " sentido de plena realização". Ele acha que isto é bom.
Temos a possibilidade de escolher em liberdade e a decisão de mudar as coisas. No dia 25 de Maio há eleições europeias que podem servir para passar um cartão vermelho a este governo. Mais tarde em 2015 , há eleições legislativas em que os portugueses podem mudar de governo.
Eu sei que votar é uma maneira muito pobre de intervir em democracia mas é melhor que viver em ditadura.
Temos que criar uma troika , anti-troika para analisar os efeitos nefastos dos cortes e na democracia. Há um défice público, mas também, um défice social e um défice democrático.
JJ