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Mário Russo |
A reação de Pedro Passos Coelho ao chumbo pelo TC relativo aos cortes dos subsídios de Natal e de férias mereceu um comentário do tipo, “ai é, então vão ver o que é bom”.
Esta não foi a primeira vez que mostrou o seu ódio aos funcionários públicos. Agora exibe a sua arrogância mediante a recusa do Presidente da República ter recusado o aumento de 1º à taxa da ADSE, que na verdade é um corte no salário dos funcionários públicos de mais 1%, para além do corte que perpetrou e que envergonharia qualquer Ali Bábá.
Este ódio com que nos governa não tem paralelo na história de Portugal. Salazar governou com mão de ferro, mas não exibia ódio ao seu povo. PPC julga que vai suceder a si próprio, como um salvador da pátria, devido às notícias que a máquina de propaganda do PSD, um verdadeiro sucesso, talvez o único deste governo, tem profusamente difundido e que dão a ideia que o país está muito bem. Estará na ótica dos sádicos que ante a desgraça vão teimando em dizer que o país está no bom caminho. Depois de desmantelar o país, queimar o que restava e caminhar por sobre os escombros, PPC vangloria-se de alguns sinais estatísticos, como o crescimento da procura (muito ténue), mas que o verdadeiro responsável foi o TC que impediu que PPC confiscasse mais aos portugueses.
A austeridade continua apesar de todos os sinais dos seus efeitos. Portugal não vai crescer para poder satisfazer o seu povo. O discurso sádico é que gastamos mais que o que devíamos, apesar de tudo o que de mal foi feito só se poder assacar a quem nos governa, inclusive a tribo que está no Governo. Dizem que será bom nos habituarmos a viver com pouco. Pobrezinhos é que é bom. Estão a dizer aos jovens para não terem esperança, porque vão viver pior que seus pais.
Estão a dizer aos jovens que vão tirar um curso para ficarem desempregados, mas quando encontrarem um emprego vão ganhar o ordenado mínimo.
São estes incitamentos que recebemos do Governo mais sádico que tenho memória. Só um povo sem memória é que pode aceitar este tipo de bravatas de um aprendiz de ditador.
O ensino público nunca foi tão atacado. O investimento está ao nível de 1990 e os sádicos dizem que é mais que suficiente. Chegam ao ponto de dizer que temos diplomados a mais, quando somos o país mais atrasado na educação de toda a OCDE e muito longe de almejar o objetivo 2020 neste domínio.
Só para terminar, se consultarem os CV dos membros do governo, com exceção de Nuno Crato e mais dois ou três ministros e secretários de Estado, os restantes formaram-se em universidades privadas, como de resto também fez Miguel Relvas. Porque será? Ou pode ser uma pista da razão de tanto ódio ao ensino público.
Ódio é o que melhor caracteriza o governo de PPC, em especial o próprio.