Alegando a crise, está constantemente a cortar na saúde, ensino, segurança, justiça, etc. Até agora, quem tem tido o ónus do maior esforço para endireitar as contas dos nosso país, tem sido os funcionários públicos, os menos culpados de tudo o que se está a passar.
Esquecem-se que todos pagamos impostos e todos temos acesso à saúde pública, ensino público, segurança pública, justiça, etc.
Não podemos dividir o país em público e privado , é um erro crasso. Nesse caso os funcionários privados só deveriam ter acesso a saúde privada , ensino privado, segurança privada, etc.Claro que não! O público é um direito de todos.
As coisas não podem ser assim e colocada nestes termos, a sociedade não pode ser fracturada dessa forma. A mentalidade portuguesa em que um funcionário privado pensa que paga a um funcionário público,que este é -um faz-nada , mas depois quer usufruir de tudo que é público, está errada, é estulta, tola e insensata.
Finalmente a troika começa a delinear uma estratégia para se discutir novas descidas dos salários , desta vez no sector privado.
Sempre fui a favor de uma distribuição equitativa do esforço de todos os portugueses, sem divisão entre sector público e privado.
As dívidas de Portugal são de todos os portugueses, e não, do sector público. O argumento que as dívidas são somente do sector público são uma falácia,basta ver os gastos do sector privado: BPN PPP,mais recentemente o apoio ao Banif ,para não falar das Fundações, etc.
Neste caso poder-se –ia argumentar que os funcionários privados paguem as dividas do sector privado.
Se este governo tivesse cortado um salário que poderia ter sido o subsidio de férias ou de Natal , a cada funcionário quer do público ou privado, as coisas poderiam ter seguido outro rumo. Mas não, cortou aos funcionários públicos logo de rajada dois salários : subsidio de férias e de Natal , para além de cortes no salário normal.
Todos devem contribuir, se ganham muito ajudam muito se ganham pouco ajudam pouco , mas todos fazem parte desse processo de erguer Portugal
Já me referi aqui diversas vezes que os cortes na despesa pública é um dever e imperativo dos nossos governantes ,que haja mais rigor , combate ao desperdício e despesa..
A redução com a aquisição de bens e serviços , corte nos gastos com estudos e pareceres , uso de software livre poupando milhões de euros,é fundamental um corte na despesa pública , combatendo o desperdício e pelo rigor - no fundo uma política de exemplo e esse exemplo tem que vir de cima.
Não podemos andar a gastar mais do que devemos e podemos, assim como, aumentar a carga fiscal.
É preciso reduzir significativamente o consumo de bens , serviços e pessoal na administração central : uso de telefones pessoais de pessoal dirigente e criar tectos de gastos ; redução dos vencimentos dos órgãos de soberania e dos órgãos de gestão ; acabar com o regime de avença e contratos a prazo ;diminuir as horas extraordinárias ; proibir a aquisição de carros novos ; etc.
Se houver esta cultura de exemplo , mudança de atitude e comportamento haverá argumentos para os portugueses aceitarem o continuado aperto do cinto.
De outra forma será hilariante haver excepções , divisões entre público e privado. É preciso que a nossa democracia deixe de ser, homofóbica, misógina, traidora, pérfida, falaz, estulta, imbecil e por vezes estúpida com políticos que pretendem arrogar-se do título de Sumos-Sacerdotes do Templo.
JJ