Um jornalista do JN escreve um artigo interessante (e com
bastante acerto!) onde disserta sobre a ameaça feita por Faria de Oliveira,
presidente da Associação Portuguesa de Bancos, ao afirmar que "face à actual fase do ciclo
muito negativo para os bancos, admitiu a possibilidade do sector fazer
repercutir o agravamento dos custos sobre os consumidores que usam cartões
electrónicos para fazer pagamentos. Outra alternativa que vislumbra pode levar
ao aumento do preço de emissão dos cartões, o que se reflectirá também nos
consumidores".
Podemos resumir o brilhante pensamento neste
silogismo:
PREMISSA A) a União Europeia obrigou os bancos a reduzir a taxa
com que onera os comerciantes.
PREMISSA B) a Banca reage dizendo que quer manter o mesmo nível
remuneratório para não afectar a sua conta de exploração e dos lucros.
CONCLUSÃO-LOGO OS BANCOS VÃO COBRAR AS TAXAS AOS DEPOSITANTES PELA
UTILIZAÇÃO DOS ATM'S.
Será isto seguir o ideário da síndrome de Chipre? Do abocanhar
dos depósitos superiores a 100.000€ preconizado pelo ministro das finanças
holandês com o beneplácito de Victor Gaspar, entre outras sumidades?
Será de reagir, caso a medida avance e os depositantes em massa
voltem a formar bichas para levantar o seu dinheiro, com cheques à boca das caixas
dos bancos a quem entregam os seus depósitos que, ainda para mais, se forem à
ordem nem juros recebem?!
Será que, neste cenário, os bancos vão ter que admitir o mesmo
número de funcionários que existiam antes da entrada em cena dos ATM'S e foram
dispensados com assinalável redução dos custos?
Ou será que o é fartar vilanagem que tem sido a única coisa que este
governo soube fazer, pelos vistos é contagioso e alastra para vários sectores:
a banca, a EDP, as parcerias, etc...
Se nos
resignarmos e nada fizermos vamos todos sofrer mais um assalto.
A
união faz a força. Manifesta-te.
Francisco
Guerreiro