As disfunções que encontrou, são o resultado de décadas de
regabofes PPP, Parques Escolares, BPN, BPP, etc., com culpas repartidas por
todos, em especial os partidos da governação, com a complacência do inócuo
Tribunal de Contas.
Endireitar tudo exige competência, bom senso, persistência,
firmeza, mas também tempo.
O Ministro das Finanças, vem agora, com o mesmo semblante
das personagens de Walt Disney, dizer-se surpreendido com o resultado das
contas públicas, com o desemprego galopante a rondar os 16%, o défice que teima
não diminuir e o agravamento da dívida. Mas, diz Gaspar, que não vai pedir nem
mais dinheiro, nem mais tempo.
Aqui estou de acordo, porque dar mais dinheiro é cavar ainda
mais funda a cova em que ele nos conduz.
Mais tempo também não, porque é para fazer a cova ainda mais
funda. Mas o seu espanto e surpresa, das duas uma, ou é muita incapacidade ou
está a gozar com um povo sacrificado e pacífico.
O programa imposto e que tem vindo a cumprir para agradar à
troika e à alta finança internacional, leva-nos a um ciclo vicioso de
empobrecimento constante, com falências atrás de falências, desemprego
galopante e, em consequência mais que óbvia, diminuição contínua das receitas
fiscais e aumento das despesas do Estado com os apoios às famílias. Para
compensar o constante défice, o governo lança sempre a mesma receita que são os
impostos, hoje na casa dos 70% (diretos e indiretos), numa espiral desastrosa.
O Dr. Vitor Gaspar, por qualquer das duas razões
anteriormente aduzidas, devia ir-se embora, antes que alguém o ponha de lá para
fora e antes que alguma desgraça aconteça neste país, ante a aparente
passividade deste povo, herói em tempos de dificuldades extremas, mas sem
governo que por ele olhe e defenda.
Mário Russo
*novo AO