24/06/2012

Portugal de corte em corte à morte

O Governo de PPC encontrou as finanças nacionais em estado lastimável, mas nada que não soubesse. Traçou um programa de governo e aceitou assinar um contrato de morte com a Tróika. Provavelmente não tinha outra alternativa numa fase inicial, pese embora todos os avisos que tinha a obrigação de ter lido de reputados especialistas que vaticinaram o desfecho trágico que vivemos. Mas depois dos resultados desastrosos a cada dia observados, manter tal programa é muita passividade e incompetência.
As disfunções que encontrou, são o resultado de décadas de regabofes PPP, Parques Escolares, BPN, BPP, etc., com culpas repartidas por todos, em especial os partidos da governação, com a complacência do inócuo Tribunal de Contas.
Endireitar tudo exige competência, bom senso, persistência, firmeza, mas também tempo.
O Ministro das Finanças, vem agora, com o mesmo semblante das personagens de Walt Disney, dizer-se surpreendido com o resultado das contas públicas, com o desemprego galopante a rondar os 16%, o défice que teima não diminuir e o agravamento da dívida. Mas, diz Gaspar, que não vai pedir nem mais dinheiro, nem mais tempo.
Aqui estou de acordo, porque dar mais dinheiro é cavar ainda mais funda a cova em que ele nos conduz.
Mais tempo também não, porque é para fazer a cova ainda mais funda. Mas o seu espanto e surpresa, das duas uma, ou é muita incapacidade ou está a gozar com um povo sacrificado e pacífico.
O programa imposto e que tem vindo a cumprir para agradar à troika e à alta finança internacional, leva-nos a um ciclo vicioso de empobrecimento constante, com falências atrás de falências, desemprego galopante e, em consequência mais que óbvia, diminuição contínua das receitas fiscais e aumento das despesas do Estado com os apoios às famílias. Para compensar o constante défice, o governo lança sempre a mesma receita que são os impostos, hoje na casa dos 70% (diretos e indiretos), numa espiral desastrosa.
O Dr. Vitor Gaspar, por qualquer das duas razões anteriormente aduzidas, devia ir-se embora, antes que alguém o ponha de lá para fora e antes que alguma desgraça aconteça neste país, ante a aparente passividade deste povo, herói em tempos de dificuldades extremas, mas sem governo que por ele olhe e defenda.

Mário Russo

*novo AO