Mas, o pouco que sei do que se passa com os nossos ex combatentes nas ex
colónias, é de muita injustiça e ingratidão.
Estes Homens que como em qualquer país são obrigados a ir combater em
guerras que eles não provocaram e que outros delas se aproveitaram.
Muitos nunca mais voltaram, muitas Mães "morreram" também com o seu
desaparecimento. E os que voltaram, são muitos os que ficaram com marcas para o
resto da sua vida.
Marcas físicas bem visíveis e que os limitaram ou impediram de exercer
qualquer tipo de trabalho que lhes proporcione uma vida com a qualidade que
merecem e têm direito.
Mas, as marcas mais terríveis e que além de não conseguirem ser
ultrapassadas são muitas vezes com o avançar da idade motivo de grandes
perturbações mentais por sentimentos de culpa e de consciência que lhes provocam
pesadelos terríveis e condutas no seio familiar das quais temos muitas vezes
conhecimento através dos relatos que os jornais fazem.
E, enquanto os maiorais que fazem do serviço militar sua profissão, que até
usufruíram de subidas nas carreiras que lhes proporcionaram mais regalias a
vários níveis; que ainda hoje reclamam quando acham que estão sendo prejudicados
e receberam condecorações pelos seus feitos, os que realmente estiveram na
linha da frente correndo os riscos que daí são consequentes, são esquecidos e
sentem muitas vezes a ingratidão de um País que muitas vezes os olha como que
eles sejam os culpados dessa guerra, e muitas vezes vêm neles uma época que eles
encarnam, porque nela viveram, e parece que são culpados de tudo que de
mau nessa época acham ter acontecido.
Será que algum dia lhes prestarão a atenção devida e os cuidados a que têm
direito!? Duvido.
Hercília Oliveira