A democracia encontra-se nos dias de hoje, doente! E a principal patologia apontável é a falta de legitimidade democrática nas governações de maioria parlamentar obtida a posteriori, por acordos partidários e transacções nas cedências de lugares ministeriais.
A existência de governações parlamentarmente maioritárias origina como consequência sistémica um autismo governativo, um isolamento absurdo, impeditivo de apresentação de propostas relativas a melhores modelos, mais justos, mais equitativos e mais toleráveis.
A democracia assenta na tolerância, no diálogo e no encontro do ponto médio entre interesses divergentes, reclamados pelos diversos político-partidários.
Em política, fazem-se promessas eleitorais, que só os mais atentos conseguem interpretar “à contrário senso”, que o mesmo quer dizer, que a final, sai tudo ao contrário daquilo que se votou, em consciência, face a um caderno de intenções, que geralmente não passa disso mesmo: de um simples caderno de intenções.
Nos últimos 6 anos, o Partido Socialista teve responsabilidades governativas, 4 desses anos, com uma maioria parlamentar decidida nas urnas, e que levou a criticar o Eng.º Sócrates de “Autismo Politico”, e a denominar de “asfixia democrática” a falta de legitimidade democrática que se sentia.
Nos últimos 2 anos de governação Sócrates, o assento de uma maioria relativa reacendeu a chama da democracia, e o diálogo público das grandes questões políticas logo saltou para a ordem do dia: Sócrates queria resolver o problema do défice internamente; o PSD assim não permitiu. E a ingovernabilidade do país provocou eleições antecipadas. Ganhou o PSD, com maioria relativa, só maioria parlamentar por acordo de coligação com o CDS-PP.
Mas antes de sair, o Eng.º Sócrates não se inibiu de chamar a Troika, e entregar o país nas mãos de um Programa de Assistência Financeira: uma pesada herança para o novo governo; um ónus para o agora maior partido da oposição.
Mas a perda das eleições legislativas não foi a única derrota de Sócrates; a demissão de secretário-geral do PS foi o último acto político e que ditou eleições antecipadas num partido, que poucos meses antes o acabará de reeleger. Saltam como candidatos, Seguro e Assis. Ganha esmagadoramente Seguro.
Neste últimos dias, temos acompanhado a discussão do Orçamento para 2012, e a certeza que se está a dar Passos/Seguro no futuro é uma constante.
Estará Seguro à altura de ser Líder do Maior Partido da Oposição, tendo como referência o ónus trazido pelo seu partido e o seu discurso prévio, de presuntivo futuro Primeiro-ministro de Portugal? Não estaremos a ver uma imitação de Pedro Passos Coelho no PS, com a mesma postura e o mesmo discurso?
Pedro Esteves
jovem advogado
A existência de governações parlamentarmente maioritárias origina como consequência sistémica um autismo governativo, um isolamento absurdo, impeditivo de apresentação de propostas relativas a melhores modelos, mais justos, mais equitativos e mais toleráveis.
A democracia assenta na tolerância, no diálogo e no encontro do ponto médio entre interesses divergentes, reclamados pelos diversos político-partidários.
Em política, fazem-se promessas eleitorais, que só os mais atentos conseguem interpretar “à contrário senso”, que o mesmo quer dizer, que a final, sai tudo ao contrário daquilo que se votou, em consciência, face a um caderno de intenções, que geralmente não passa disso mesmo: de um simples caderno de intenções.
Nos últimos 6 anos, o Partido Socialista teve responsabilidades governativas, 4 desses anos, com uma maioria parlamentar decidida nas urnas, e que levou a criticar o Eng.º Sócrates de “Autismo Politico”, e a denominar de “asfixia democrática” a falta de legitimidade democrática que se sentia.
Nos últimos 2 anos de governação Sócrates, o assento de uma maioria relativa reacendeu a chama da democracia, e o diálogo público das grandes questões políticas logo saltou para a ordem do dia: Sócrates queria resolver o problema do défice internamente; o PSD assim não permitiu. E a ingovernabilidade do país provocou eleições antecipadas. Ganhou o PSD, com maioria relativa, só maioria parlamentar por acordo de coligação com o CDS-PP.
Mas antes de sair, o Eng.º Sócrates não se inibiu de chamar a Troika, e entregar o país nas mãos de um Programa de Assistência Financeira: uma pesada herança para o novo governo; um ónus para o agora maior partido da oposição.
Mas a perda das eleições legislativas não foi a única derrota de Sócrates; a demissão de secretário-geral do PS foi o último acto político e que ditou eleições antecipadas num partido, que poucos meses antes o acabará de reeleger. Saltam como candidatos, Seguro e Assis. Ganha esmagadoramente Seguro.
Neste últimos dias, temos acompanhado a discussão do Orçamento para 2012, e a certeza que se está a dar Passos/Seguro no futuro é uma constante.
Estará Seguro à altura de ser Líder do Maior Partido da Oposição, tendo como referência o ónus trazido pelo seu partido e o seu discurso prévio, de presuntivo futuro Primeiro-ministro de Portugal? Não estaremos a ver uma imitação de Pedro Passos Coelho no PS, com a mesma postura e o mesmo discurso?
Pedro Esteves
jovem advogado