04/11/2011

Na música todos se encontram (ou então no céu)



Não sou crítica teatral, mas tenho vontade de partilhar convosco a experiência de uma ida ao teatro esta semana. A peça chama-se “A Chave Invisível”, tem encenação de Lee Beagley, produção das Produções Suplementares e co-produção da ESMAE, e está em cena até dia 5 de Novembro nas antigas instalações Academia de Música de Vilar do Paraíso, V.N. Gaia.


A peça decorre através do jardim e dos vários andares e salas da Academia de Música um palacete do século XIX, onde os actores vão avançando e o público segue-os, sentado confortavelmente em cadeiras num quarto ou encolhido contra a parede de um corredor ou sala.
A peça é um elogio ao amor e à música partindo de uma história baseada na vida da condessa que habitou o palacete com vários apontamentos ao Portugal do século XX – a chegada dos emigrantes do Brasil, a emigração nos anos 60 por motivos políticos e económicos e o regresso a Portugal.
Além das crianças actores – que são da Academia de Música, os actores adultos pertencem a vários grupos, Teatro a Quatro e Teatro do Bandido, além de um ou outro freelancer. Todos cantam.
A cena final ocorre na capela do palacete e os actores das várias cenas e das várias épocas encontram-se.

A peça transpira optimismo e saímos de lá com a certeza de que tudo é possível mesmo o sair desta situação negra em que estamos até porque no passado já o conseguimos.
Fez-me bem ir ao teatro.
Manuela Vaz Velho