16/11/2010

FIM À VISTA...


O ambiente nos gabinetes governamentais está cada vez mais «parecido com o de um fim de ciclo» , noticia hoje o semanário Sol. A falta de dinheiro e o clima pessimista sobre o futuro político do Governo estão a provocar um verdadeiro baixar de braços no interior das equipas ministeriais. A isto juntam-se, diz a mesma fonte, as querelas internas que opõem ministros a ministros e ministros a secretários de Estado, e que o Executivo já não consegue esconder da opinião pública.
Uns querem um pacto de regime , outros querem que o executivo leve a cabo o Orçamento de Estado que vai ser aprovado esta semana na especialidade, outros querem eleições. Todos dão palpites e o povo é que se amola.

Pouca gente fala ,mas este Primeiro-ministro é culpado desta situação , não só financeira , por nunca ter conseguido ter uma almofada económica contra crises. O seu feitio e maneira de ser quando tinha uma ampla maioria absoluta como nunca houve em Portugal , nunca quis e tinha dificuldade de ser contrariado e de dialogar. Agora tem que dialogar , acordar e não é a sua maneira de ser .

As democracias exigem diálogo e acordos. A situação é dramática e os cenários de sucessão multiplicam-se. Deve-se dialogar muito mais quando se detém amplo poder do que quando se detém só algum poder. Deve dialogar-se mais, quando não se necessita ,do que quando é preciso. Deve ouvir-se os outros mesmo não estando de acordo e não ignorando-os. José Sócrates nunca o fez agora vai pagar por isso.A situação é dantesca e negra.

Tudo está a prazo , governo , primeiro-ministro, OE , ministros , PS e partidos , etc . Quem não está a prazo é o aperto de cinto , mas José Sócrates continua calado. Mas atenção, ninguém de perfeito juízo passará um cheque em branco de austeridade se não houver um fim à vista e que valha a pena.

JJ