14/07/2010

DEBATE DO ESTADO DA NAÇÃO

Joaquim Jorge


No dia 15 de Julho , na próxima quinta-feira , a Assembleia da República debate o Estado da Nação . Será um dos debates mais difíceis dos últimos anos de José Sócrates , frente a frente PS e PSD , José Sócrates e Pedro Passos Coelho por interposta pessoa , Miguel Macedo líder parlamentar.

O congelamento das pensões , corte nos salários dos funcionários , cortes nos apoios sociais , para reduzir o défice acarretou uma descida nas sondagens. José Sócrates tem a oportunidade de explicar o porquê e para quê os sacrifícios que está a pedir, mais uma vez aos portugueses. A redução do défice tornou-se inadiável devido às variações dos mercados financeiros e como imposição da Comunidade Europeia ( CE). Explicará de uma forma firme a defesa do estado social , do ensino público e da reforma da justiça. As suas políticas de austeridade são as únicas possíveis para sair da crise apesar de impopulares mas é a única alternativa possível no momento político actual. A recuperação económica e a criação de emprego chegará a tempo de inverter a tendência actual das sondagens, governa não pelo interesse eleitoral mas para bem do país.
Por outro lado o PSD , depois de quatro anos de maioria absoluta do PS , com as consequentes dificuldades nos debates da nação , o governo está na sua hora mais baixa , cada vez mais portugueses acreditam que Pedro Passos Coelho ganhará as próximas eleições , só não sabem quando isso acontecerá. O PSD vai tentar provar que o PS tem tomado medidas avulsas e algumas tarde e a más horas , sendo a maioria impostas pela Europa. A credibilidade deste governo e de José Sócrates são ínfimas e pretendem fazer crer que Portugal é forte e pode sair da crise quando José Sócrates for embora.
O PSD vai apoiando medidas do PS mas demarca-se da sua politica não querendo abrir uma crise e ser o responsável por eleições antecipadas. No fundo procura queimar este governo em lume brando esperando serenamente que o poder lhe caia nos braços . Apoia-o mas depois diz que não quer nada com ele. O problema é constituir-se uma alternativa credível.
Sócrates adverte que a crise não é traumática , que é possível superá-la . Pedro Passos Coelho pensa que está na hora de mudança com outra política e outro primeiro-ministro.Vamos ver quem vence mais este confronto...