23/06/2010

NOITE S.JOÃO


O São João do Porto é uma festa popular, onde ricos e pobres convivem uma noite de inteira fraternidade , todos são iguais sem diferenças ,que tem lugar de 23 para 24 de Junho na cidade do Porto .
O S. João do Porto é uma festa que nasce espontâneamente, nada se encontra combinado, embora a festa se vá preparando discretamente durante o dia, é normalmente depois do jantar, constituído por sardinhas assadas, batatas cozidas e pimentos ou entrecosto e fêveras de porco na brasa, acompanhadas de óptimas saladas , jantar obviamente regado com vinho verde ou cerveja, mais modernamente. Findo o jantar, os grupos de amigos começam a encontrar-se na rua . Há rusgas de S. João e vários arraiais populares, em bairros tradicionais como Fontainhas, Miragaia, Massarelos, entre outros, dando mais animação e brilho durante a noite.

Há lançamento de balões de ar quente, os martelos de plástico usados para bater nas cabeças das pessoas que passam, os alhos-porros, os ramos de cidreira e de limonete, usados para pôr na cara das pessoas que passam, o que é bastante desagradável. Existem, ainda, os tradicionais saltos sobre as fogueiras espalhadas pela cidade, normalmente nos bairros mais tradicionais; os vasos de manjericos com versos populares são uma presença constante nesta grande festa e o tradicional fogo de artifício à meia-noite, junto ao Rio Douro e à ponte Luís I que faz as delícias dos milhares de residentes e visitantes que chegam de todo o mundo para assistir.
A festa dura até às três ou quatro horas da madrugada, quando a maior parte das pessoas regressa a casa. Os mais resistentes, normalmente os mais jovens, percorrem toda a marginal desde a Ribeira até à Foz do Douro onde terminam a noite na praia, aguardando pelo nascer do sol.

Eu prefiro ficar em casa ou ir a uma festa particular em vez de ir para a rua , já o fiz durante muitos anos. Assim não fico a cheirar a alho-porro e a minha cabeça não recebe marteladas. Mas , um bom tirocínio para os políticos portuenses e não só , seria misturarem-se com o povo , sentirem e ouvirem o que eles têm para dizer. Mas poucos têm coragem para tal... Tem medos , receios e temores de ouvirem coisas desagradáveis.
Joaquim Jorge