O Clube dos Pensadores recebeu Fernando Nobre para um debate no seguimento da sua candidatura à presidência da república e fê-lo em boa hora. Joaquim Jorge começou por fazer a bem estruturada apresentação deste português ilustre e foi patente a elevada craveira e estatura do fundador da AMI.
Fernando Nobre começou por explanar as razões da sua candidatura, depois de ter gritado contra a indiferença e a injustiça, em tantos locais do mundo. Avalia a situação política de Portugal, que se havia deteriorado tanto e que a razão principal radica em comportamentos políticos, e não só, verdadeiramente condenáveis, que se sentiu na obrigação de dar mais um grito de “basta” em seu próprio país.
Analisou o estado lastimável do país e, sobretudo, o rumo que estava a ter e decidiu que tinha de fazer algo para que não permaneça a descrença, o desespero e a desesperança do povo. Quer ser o intérprete do sentimento da nação e trazer valores de cidadania à vida pública.
Como Presidente traçará uma linha vermelha que nem o governo se atreverá a ultrapassar, nem ele próprio o fará. Saberá dizer vigorosamente basta, sempre que necessário.
Não vai amarrado para Belém, nem será um administrador de interesses, outros que não sejam os legítimos dos portugueses. Não faz parte de nenhuma corrente e é, por isso, o único candidato verdadeiramente independente dos poderes instituídos, e que tem levado o país ao estado letárgico em que se encontra.
FN está preocupado com a qualidade da educação, sem a qual o país dificilmente sairá da inanição. Está preocupado com a saúde, porque pretende que seja desenvolvida por igual a todos e mais harmoniosa em todas as regiões do país. A justiça tem de ser verdadeiramente independente e a Administração Pública tem de estar ao serviço dos cidadãos.
Falta um desígnio nacional há décadas. Chamou a atenção para a agricultura, que sucessivos governos foram coveiros, porque é preciso precaver o futuro. Não pode acontecer o que hoje é realidade, com 70% dos produtos virem do exterior. Também o mar, onde poderá estar a nossa independência, tem de ser assumido como estratégia.
A lusofonia, como elemento potenciador e agregador da alavancagem do desenvolvimento do país, deve ser uma prioridade e desígnio nacional. A demografia e o ordenamento do território devem ser olhados como desafios e não abandonados. De facto, Fernando Nobre lembrou bem que a desertificação começa com as políticas economicistas de centralização de serviços essenciais em cidades, sugando o interior. Perguntou, à guisa de resposta, como é que não há-de haver desertificação do interior quando o governo retira CTT, posto da EDP, GNR, polícia, centro de saúde, farmácias, das vilas? Quem é que vai desejar ficar nessas condições?
É claro que esta deriva contabilística revela falta de estratégia do governo, porque não tem política de ordenamento do território. E, ilustrando com um exemplo da medicina, disse que chegou o momento de operar a hérnia do paciente.
Às perguntas de Joaquim Jorge, Fernando Nobre foi cristalino na resposta. Não foi empurrado por Mário Soares e o seu apoio eventual só na sua consciência estará. Para quem o conhece, até seria um insulto pensar que iria empurrado por alguém. Não tem receio dos aparelhos partidários, porque o voto é da consciência das pessoas e no momento certo o povo decide e o que decidir está bem. Se ganhar será um intérprete dos anseios das pessoas, dedicar-se-á a 100% ao cargo e aos portugueses, mas se perder, a sua vida continua na AMI, a fazer o que tão bem sabe e tem feito.
Paulo Morais disse estar aliviado porque apareceu um candidato em quem possa votar, porque o ambiente político estava irrespirável e desanuviou-se com a sua candidatura. Perguntou a FN o que pensava dos pagamentos das SCUT, quase todas no Norte. Deu os exemplos de quem vive na Póvoa de Varzim e trabalha no Porto e terá de pagar, mas quem vive em Sintra e trabalha em Lisboa, não paga. FN disse que se fosse PR não permitiria que injustiças relativas fossem cometidas. Ou pagam todos, ou injustiças dessas não podem acontecer.
FN também lamentou a pouca vergonha que tem sido as parcerias público-privadas, com a socialização dos prejuízos e a privatização dos lucros, garantidos pelo governo, de mais de 14% às concessionárias. Um roubo escandaloso, como se pode observar.
Não sendo executivo, as suas proposições podem soar a programa de governo. Mas FN defendeu-se argumentando que marcará logo as directrizes do seu pensamento e actuação.
Reunir-se-á mais vezes para ouvir o Conselho de Estado e fará uma magistratura de verdadeira influência. Vetará todas as leis que não sejam claras e que só vêm à luz do dia para confundir e permitirem mil interpretações, a serviço de interesses específicos. Com ele isso acabaria.
Enfim, temos um candidato independente, com provas dadas, honrado, com prestígio internacional, com sensibilidade, com conhecimento político importante, pois há 30 anos que faz política (social, de saúde, de solidariedade). Só lamento que num país em que se diz tão mal dos políticos e suas políticas e se clame pela sociedade civil, ainda haja quem se interrogue sobre a candidatura de um ilustre português, que pode fazer a diferença e com o seu exemplo catapultar este país para o desenvolvimento social que se deseja.
Mário Russo
Fernando Nobre começou por explanar as razões da sua candidatura, depois de ter gritado contra a indiferença e a injustiça, em tantos locais do mundo. Avalia a situação política de Portugal, que se havia deteriorado tanto e que a razão principal radica em comportamentos políticos, e não só, verdadeiramente condenáveis, que se sentiu na obrigação de dar mais um grito de “basta” em seu próprio país.
Analisou o estado lastimável do país e, sobretudo, o rumo que estava a ter e decidiu que tinha de fazer algo para que não permaneça a descrença, o desespero e a desesperança do povo. Quer ser o intérprete do sentimento da nação e trazer valores de cidadania à vida pública.
Como Presidente traçará uma linha vermelha que nem o governo se atreverá a ultrapassar, nem ele próprio o fará. Saberá dizer vigorosamente basta, sempre que necessário.
Não vai amarrado para Belém, nem será um administrador de interesses, outros que não sejam os legítimos dos portugueses. Não faz parte de nenhuma corrente e é, por isso, o único candidato verdadeiramente independente dos poderes instituídos, e que tem levado o país ao estado letárgico em que se encontra.
FN está preocupado com a qualidade da educação, sem a qual o país dificilmente sairá da inanição. Está preocupado com a saúde, porque pretende que seja desenvolvida por igual a todos e mais harmoniosa em todas as regiões do país. A justiça tem de ser verdadeiramente independente e a Administração Pública tem de estar ao serviço dos cidadãos.
Falta um desígnio nacional há décadas. Chamou a atenção para a agricultura, que sucessivos governos foram coveiros, porque é preciso precaver o futuro. Não pode acontecer o que hoje é realidade, com 70% dos produtos virem do exterior. Também o mar, onde poderá estar a nossa independência, tem de ser assumido como estratégia.
A lusofonia, como elemento potenciador e agregador da alavancagem do desenvolvimento do país, deve ser uma prioridade e desígnio nacional. A demografia e o ordenamento do território devem ser olhados como desafios e não abandonados. De facto, Fernando Nobre lembrou bem que a desertificação começa com as políticas economicistas de centralização de serviços essenciais em cidades, sugando o interior. Perguntou, à guisa de resposta, como é que não há-de haver desertificação do interior quando o governo retira CTT, posto da EDP, GNR, polícia, centro de saúde, farmácias, das vilas? Quem é que vai desejar ficar nessas condições?
É claro que esta deriva contabilística revela falta de estratégia do governo, porque não tem política de ordenamento do território. E, ilustrando com um exemplo da medicina, disse que chegou o momento de operar a hérnia do paciente.
Às perguntas de Joaquim Jorge, Fernando Nobre foi cristalino na resposta. Não foi empurrado por Mário Soares e o seu apoio eventual só na sua consciência estará. Para quem o conhece, até seria um insulto pensar que iria empurrado por alguém. Não tem receio dos aparelhos partidários, porque o voto é da consciência das pessoas e no momento certo o povo decide e o que decidir está bem. Se ganhar será um intérprete dos anseios das pessoas, dedicar-se-á a 100% ao cargo e aos portugueses, mas se perder, a sua vida continua na AMI, a fazer o que tão bem sabe e tem feito.
Paulo Morais disse estar aliviado porque apareceu um candidato em quem possa votar, porque o ambiente político estava irrespirável e desanuviou-se com a sua candidatura. Perguntou a FN o que pensava dos pagamentos das SCUT, quase todas no Norte. Deu os exemplos de quem vive na Póvoa de Varzim e trabalha no Porto e terá de pagar, mas quem vive em Sintra e trabalha em Lisboa, não paga. FN disse que se fosse PR não permitiria que injustiças relativas fossem cometidas. Ou pagam todos, ou injustiças dessas não podem acontecer.
FN também lamentou a pouca vergonha que tem sido as parcerias público-privadas, com a socialização dos prejuízos e a privatização dos lucros, garantidos pelo governo, de mais de 14% às concessionárias. Um roubo escandaloso, como se pode observar.
Não sendo executivo, as suas proposições podem soar a programa de governo. Mas FN defendeu-se argumentando que marcará logo as directrizes do seu pensamento e actuação.
Reunir-se-á mais vezes para ouvir o Conselho de Estado e fará uma magistratura de verdadeira influência. Vetará todas as leis que não sejam claras e que só vêm à luz do dia para confundir e permitirem mil interpretações, a serviço de interesses específicos. Com ele isso acabaria.
Enfim, temos um candidato independente, com provas dadas, honrado, com prestígio internacional, com sensibilidade, com conhecimento político importante, pois há 30 anos que faz política (social, de saúde, de solidariedade). Só lamento que num país em que se diz tão mal dos políticos e suas políticas e se clame pela sociedade civil, ainda haja quem se interrogue sobre a candidatura de um ilustre português, que pode fazer a diferença e com o seu exemplo catapultar este país para o desenvolvimento social que se deseja.
Mário Russo