Miguel Mota
Só agora vi no CdP os considerandos sobre esquerda e direita. Não creio que a qualquer dos
lados, quando autênticos e não distorcidos - e Hercília Oliveira falou muito bem dos distorcidos - se devam aplicar qualidades morais. De escritos meus transcrevo o seguinte:
"A designação de "direita" e "esquerda" nasceu em 1789, na Assembleia Nacional francesa (designação que substituiu a de Estados Gerais) em que à direita do presidente se sentavam os nobres e defensores dos privilégios (entre os quais o rei ter direito de veto sobre as leis feita pela Assembleia Nacional) e à esquerda do presidente o povo (o 3º estado), a lutar contra os privilégios da nobreza. Convém lembrar que o lema da Revolução Francesa era "Liberdade, Igualdade, Fraternidade".
Os princípios gerais dessa diferença entre direita e esquerda mantêm-se. Pode até dizer-se que, com a maior complexidade da vida actual, esses conceitos foram alargados.
Não há hoje, em nenhum país, nem direita pura nem esquerda pura. Pode é variar a proporção entre as características duma e de outra.
Assim, podem considerar-se características de esquerda: nacionalizações; primado do estado (e da comunidade) sobre o indivíduo; maior valorização do trabalho do que o capital; leque salarial muito apertado (no limite da esquerda pura os salários seriam todos iguais); saúde, educação e protecção na velhice como encargos do estado; impostos altamente progressivos, em que quem mais tem paga proporcionalmente muito mais; etc. etc.
Inversamente, são características de direita: privatizações; primado do indivíduo sobre o estado (ou a comunidade); maior valorização do capital do que o trabalho; grande leque salarial, indo de salários muito baixos até salários altíssimos; saúde, educação e protecção na velhice como negócios privados; impostos pouco progressivos ou, mesmo, todos a pagarem a mesma percentagem dos proventos (a "flat tax" que alguns defendem) ou, no extremo, todos a pagarem o mesmo imposto ou, como alguns, que têm muito, se vangloriam de pagarem muito pouco ou nada; etc. etc."
Só agora vi no CdP os considerandos sobre esquerda e direita. Não creio que a qualquer dos
lados, quando autênticos e não distorcidos - e Hercília Oliveira falou muito bem dos distorcidos - se devam aplicar qualidades morais. De escritos meus transcrevo o seguinte:
"A designação de "direita" e "esquerda" nasceu em 1789, na Assembleia Nacional francesa (designação que substituiu a de Estados Gerais) em que à direita do presidente se sentavam os nobres e defensores dos privilégios (entre os quais o rei ter direito de veto sobre as leis feita pela Assembleia Nacional) e à esquerda do presidente o povo (o 3º estado), a lutar contra os privilégios da nobreza. Convém lembrar que o lema da Revolução Francesa era "Liberdade, Igualdade, Fraternidade".
Os princípios gerais dessa diferença entre direita e esquerda mantêm-se. Pode até dizer-se que, com a maior complexidade da vida actual, esses conceitos foram alargados.
Não há hoje, em nenhum país, nem direita pura nem esquerda pura. Pode é variar a proporção entre as características duma e de outra.
Assim, podem considerar-se características de esquerda: nacionalizações; primado do estado (e da comunidade) sobre o indivíduo; maior valorização do trabalho do que o capital; leque salarial muito apertado (no limite da esquerda pura os salários seriam todos iguais); saúde, educação e protecção na velhice como encargos do estado; impostos altamente progressivos, em que quem mais tem paga proporcionalmente muito mais; etc. etc.
Inversamente, são características de direita: privatizações; primado do indivíduo sobre o estado (ou a comunidade); maior valorização do capital do que o trabalho; grande leque salarial, indo de salários muito baixos até salários altíssimos; saúde, educação e protecção na velhice como negócios privados; impostos pouco progressivos ou, mesmo, todos a pagarem a mesma percentagem dos proventos (a "flat tax" que alguns defendem) ou, no extremo, todos a pagarem o mesmo imposto ou, como alguns, que têm muito, se vangloriam de pagarem muito pouco ou nada; etc. etc."