29/10/2009

INSATISAFAÇÃO DA DEMOCRACIA


A insatisfação dos portugueses com o funcionamento da democracia é hoje declarada e generalizada. A realidade é simples, e os números da abstenção falam por si, isto é, 3.678.536 de portugueses não votaram nas últimas eleições legislativas. Consequentemente, com tal descontentamento e descrédito, acredito que nenhum governo possa admitir governar com total legitimidade.

Fora dos círculos partidários são discutidos novos modelos de Estado. Uns pretendem desenterrar o Estado Social, que como sabemos em Portugal nunca deixou de existir, outros acabar com a bomba-relógio que foi o neoliberalismo, mas que em Portugal nunca chegou a ter lugar. Assim, sociólogos e economistas defendem um Estado neo-social, em prol da valorização dos imperativos de ordem social face à economia, sabendo através da experiência histórica da impossibilidade e do esgotamento das soluções keynesianas face ao processo de globalização.
No entanto, dentro dos partidos tal discussão não chega sequer a ter lugar. Pois, o leque partidário se há ponto em que é consensual é no Estado “asilo”.

Deste modo, as juventudes partidárias seriam um excelente local para concebermo-nos enquanto jovens cidadãos. De todo tal não se verifica, e o caminho iniciático começa desde cedo, no que toca a controlar, monopolizar, e tudo mais que não deixe pensar.


Mas a estes eu remeto uma das célebres frases de Henry Ford:
"Thinking is the hardest work there is, which is probably the reason so few engage in it."

Pela juventude,
Bruno Alves