JOAQUIM JORGE
A política no Verão segue, o habitual neste país de hábitos e seguidismo –,não se passa nada –, toda a gente quer ir de férias tenha ou não dinheiro para gastar, depois logo se vê, basta ir ao banco ninguém precisa de saber, vive-se de aparências volúveis permitindo o clímax momentâneo .Mais tarde é a ressaca de ter que pagar as contas quer do cartão de crédito quer do empréstimo por passear. Sonhar ,festas ,ir aos locais “in” procurar aparecer nas revistas cor de rosa, mas são sempre as mesmas caras, é a “silly season”. Ainda não percebi porque é que os portugueses vão todos de férias em Agosto? Há muito mais gente,são muito mais mal atendidos,é muito mais caro e a qualidade da estadia e de vida muito pior.Os portugueses adoram fazer o que todos fazem, assim são normais, vêem gente e são vistos. Os políticos não fogem à regra. Que saudades eu tenho das aulas começarem em Outubro que me permitiam tirar uns dias de descanso em Setembro.
Cada vez mais há cidadãos informados e exigentes, com quem conduz os destinos do País e vão estar muito atentos, ao que se vai passar no que concerne aos incêndios, pois a subida de temperatura, já provocou no norte do país, situações de falta de controle das operações no terreno, que não augura nada de bom, apesar do Governo, ter adquirido meios aéreos, terrestres e humanos para combater os fogos. Fez o trabalho de casa, depois do verão de 2005, ter sido um ano para esquecer ,mas falta agora mostrar na prática a sua execução.
As férias dos políticos também vão ser seguidas atentamente e a penúria do país, exige decoro e contenção para quem está actualmente- a grande maioria dos portugueses – a viver sofrivelmente. Fazer férias em Portugal deve ser o mote.
Esperemos que algumas medidas não sejam tomadas à socapa em época estival e que o polígrafo nacional lhes indique que ter opinião desavinda não seja uma heresia e sacrilégio. As reformas devem ser feitas, não contra os que tem menos regalias, mas sim contra os mais poderosos.
jota.jota@sapo.pt
artigo publicado na FOCUS em 20/06/2006